A entorse de tornozelo é uma lesão extremamente comum na prática esportiva e ocorre, principalmente, em esportes envolvidos em giro, corte, drible e desaceleração brusca, como por exemplo, o futebol, vôlei, basquete, tênis e algumas lutas.
Dr. Adriano Leonardi | CRM: 99.660
O mecanismo ocorre com o pé preso ao solo, tornozelo em flexão, extensão e o corpo girando para a direita, ou esquerda.
A lesão pode resultar tanto em fraturas, acometendo principalmente a Fíbula e a base do 5º metatarso, quanto em lesões ligamentares e de tendões. A estrutura envolvida e o grau da lesão dependerão, obviamente, da posição do pé e tornozelo e a energia cinética envolvida.
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Ocorrida a entorse, seguem-se os sinais cardinais da reação inflamatória: dor, inchaço e perda da capacidade de suporte de peso. Por este motivo, independente da severidade da entorse, deve-se proteger, elevar e colocar gelo no tornozelo. Orienta-se 20 minutos, sem contato direto com a pele. Uso de bolsas cryocuff é recomendável. Imobilização com órteses tipo robofoot facilitam a higiene. Em todos os casos, o uso de um par de muletas e a retirada total do peso no membro afetado é imprescindível.
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Neste vídeo, o Dr. Adriano Leonardi, explica como o entorse de tornozelo pode levar à ruptura de seus ligamentos, confira.
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Suspeita-se da lesão ligamentar do tornozelo e de sua gravidade pelo quadro clínico. Em geral, grandes inchaços, hematomas extensos e incapacidade fazem pensar não só em rupturas ligamentares graves, mas também em lesões associadas, como a luxação (deslocamento) de tendões, lesão cartilaginosa e ruptura da cápsula (membrana) articular. O exame considerado gold standart para avaliar a lesão é a Ressonância Nuclear Magnética. Sendo bem feita, mostra o ligamento lesado e o grau de ruptura.
Em geral, o ligamento denominado talofibular anterior é o mais acometido. Em ordem de frequência, segue-se o calcaneofibular e o talofibular posterior.
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O grau de ruptura é também importante ser avaliado.
Denomina-se grau I quando ocorre lesão apenas na matriz celular, com perda e desorganização das fibras colágenas.
O grau II é caracterizado por ruptura parcial. As fibras alongam-se, mas não se rompem.
No grau III, ocorre ruptura de todo o ligamento e, geralmente, há lesão de outras estruturas, pois é causada por entorses de alta energia cinética.
Na parte interna do tornozelo, o ligamento denominado deltóide é o mais acometido. Esta estrutura possui duas porções: uma mais superficial e outra mais profunda. Esta última, quando acometida, evolui com instabilidade. Casos crônicos, em geral na população feminina, cursando com dor, entorses de repetição e falta de confiança no tornozelo durante a deambulação, corrida, subida de escadas, de maneira geral, possuem desequilíbrio muscular entre a musculatura inversora, eversora, flexores e extensores do tornozelo.
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Independente do grau da lesão ligamentar do tornozelo, invariavelmente há enfraquecimento da musculatura do tornozelo, em especial dos extensores e eversores, responsáveis pela extensão e rotação lateral do tornozelo, movimento denominado pronação. Havendo perda de força muscular, haverá também desequilíbrio, predispondo o indivíduo a novos entorses.
Embora os ligamentos do tornozelo tenham excelente potencial de cicatrização, a persistência da dor é um fator limitante, em especial em mulheres habituadas a usar salto alto. É comum haver crises intermitentes de dor, muitas vezes obrigando o indivíduo a restringir atividades da vida diária.
Um outro problema comum nas entorses é a perda do tato profundo, com comprometimento da coordenação motora, também chamada propriocepção. Em outras palavras, existe dificuldade dos receptores tendíneos e capsulares informarem o centro de coordenação motora do sistema nervoso central. Isto pode não afetar atividades da vida diária, mas para esportes de drible, giro e desaceleração, poderá haver comprometimento da performance, com perda da confiança do atleta em seu tornozelo e com a possibilidade de novos entorses.
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Felizmente, a grande maioria das lesões ligamentares do tornozelo, se corretamente diagnosticadas e tratadas, evoluem. A regra é tratar a dor e a inflamação, em seguida restabelecer propriocepção, força e equilíbrios musculares e, por fim, realizar treino de pliometria (explosão muscular), que pode ser feito por treinadores experientes com amplo conhecimento da lesão. Esta última fase é de crucial importância para quem pratica atividades de mudança brusca de direção como a capoeira, futebol, vôlei, basquete, entre outros. Casos crônicos, de maneira geral, beneficiam-se com o fortalecimento isocinético.
Indicações cirúrgicas são raras. Em longo prazo, observou-se que as pessoas submetidas à reconstrução ligamentar e as tratadas sem cirurgia tiveram a mesma evolução. As exceções se fazem nos seguintes casos: 1. Atletas de alto desempenho, devido à necessidade da rápida reabilitação e retorno ao esporte; 2. Casos de dores crônicas, com dificuldade de realização de atividades da vida diária; 3. Falha após tratamento fisioterápico correto; 4. Lesão da porção profunda do ligamento Deltóide; 5. Lesões de outras estruturas após entorse, incluindo fraturas, lesão cartilaginosa do tornozelo, rupturas e luxações.
Importante: O conteúdo deste artigo é meramente informativo e não substitui uma consulta médica. Diagnósticos de lesões e opções de tratamento variam de pessoa para pessoa e dependem de fatores como sexo, idade, ocupação, etc, e portanto não devem ser generalizados. Consulte sempre seu médico. As informações deste site não devem ser utilizadas para auto-diagnóstico ou auto-tratamento.
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Agende sua consulta com o Dr. Adriano Leonardi e receba a melhor avaliação e orientação médica para o seu caso.
Dr. Adriano Leonardi
Médico e fisiologista do esporte.