O seu joelho saiu fora do lugar? Descubra o que fazer!
Conhecido popularmente como deslocamento da patela e em linguagem médica como luxação traumática aguda da patela, essa condição é estatisticamente responsável por aproximadamente 3% de todas as lesões do joelho.
O mecanismo principal de uma luxação aguda da patela é a flexão do joelho com rotação interna do corpo com o pé fixado. Existe também um componente de abertura da região de dentro do joelho chamada de componente em valgo. Na grande maioria das vezes, a pessoa está realizando mecanismo de frenagem, como ao descer ladeiras, driblar no futebol, aterrissagem de danças como o ballet.
Fatores anatômicos como má formação (displasia) da patela, da tróclea femoral, joelho em valgo (em x), associados a má coordenação motora e fraqueza muscular dos membros inferiores fazem com que a patela se desloque (luxe) para a região externa. Em 2/3 dos casos ocorrem em pacientes jovens e ativos com menos de 20 anos de idade, especialmente entre as mulheres.
Dr. Adriano Leonardi | CRM: 99.660
Diversos são os relatos sobre a sensação após o deslocamento de patela, mas o mais comum são:
No momento do trauma é muito comum que a pessoa ouça um estalido que, em geral é seguido de incapacidade de locomoção própria. O inchaço no joelho, ou derrame articular, é um achado típico após a luxação patelar. Isso pode causar dor intensa e limitar o exame clínico.
Também pode haver bloqueio articular. A incapacidade de flexionar o joelho pode indicar gravidade da lesão, pois pode ser causada pelo desprendimento de fragmentos de osso e/ou cartilagem articular.
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Após o primeiro episódio, pode haver ruptura do ligamento femoropatelar medial, lesão de estruturas que contém a patela no centro do joelho, conhecidos como retináculo medial, e a lesão mais temida no deslocamento da patela, que é a lesão da cartilagem articular. Em geral, isso acontece devido ao fato da patela ao luxar levar consigo fragmentos de cartilagem da estrutura lateral de seu trilho conhecido como tróclea. A esta lesão, chamamos de lesão condral ou lesão osteocondral aguda com corpo livre intra-articular.
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O primeiro episódio nunca deve ser negligenciado. A ajuda médica deve ser procurada o mais rápido possível. Mesmo que não sinta muita dor, a patela pode estar deslocada para lateral causando complicações locais e trazendo prognóstico ruim a longo prazo.
Em ambiente de pronto-socorro, após constatar que a patela se deslocou, o médico deve solicitar exames de imagem com uma radiografia e, ao se constatar o deslocamento da patela, a mesma deve ser colocada no lugar (reduzida) sob anestesia local. O médico também deve descartar a possibilidade de lesão cartilaginosa associada.
part1
Se não houverem exames de imagens padrão ouro com uma ressonância magnética, o colega deve realizar uma punção articular. Ao se analisar o líquido e se constatar a presença de sangue associado a gotículas de gordura, existe altíssima chance de lesão condral (cartilaginosa). Neste caso, idealmente o paciente deve ser conduzido ao centro cirúrgico para abordagem diagnóstica e resolutiva.
part2
Não se havendo suspeita de lesão cartilaginosa, o paciente deve ser imediatamente imobilizado por, pelo menos, 15 dias visando a cicatrização do ligamento femoropatelar medial.
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Após a retirada da imobilização, o paciente deve realizar sessões de fisioterapia visando o ganho de amplitude articular, o fortalecimento muscular e, posteriormente, a melhoria da qualidade do movimento. Dessa forma, prevenindo novos episódios de deslocamento da patela.
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Conforme descrito acima, no momento da luxação da patela, ao constatar uma lesão cartilaginosa, a cirurgia estará indicada em caráter de urgência, sendo realizada a costura do ligamento interno rompido e a tentativa de fixação de fragmentos cartilaginosos soltos dentro do joelho. Caso não seja possível a fixação desses fragmentos, técnicas regenerativas, como a microfratura associada ou não a membrana de colágeno, devem ser empregadas.
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Dependendo do grau de energia cinética no deslocamento da patela, pode haver afrouxamento do ligamento que a contém e da membrana articular. Levando, então, a uma doença chamada de luxação recidivante da patela, ou instabilidade femoropatelar, cujo tratamento costuma ser cirúrgico com a reconstrução do ligamento femoropatelar medial associado a outros procedimentos, como a mediatização da tuberosidade tibial anterior, e a liberação da estrutura que contém a patela na região lateral.
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Após a retirada do imobilizador de joelho, no período de recuperação dos primeiros 90 dias, uma joelheira simples pode trazer conforto por conseguir ativar melhor a musculatura e mostrar ao nosso cérebro onde a articulação se encontra no espaço. A isso chamamos em medicina de propriocepção.
A joelheira, entretanto, não substitui uma boa reabilitação e um bom trabalho de fortalecimento e reequilíbrio muscular. Muito importante que seu médico te encaminhe para um fisioterapeuta de confiança após esse primeiro episódio.
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Agende sua consulta com o Dr. Adriano Leonardi e receba a melhor avaliação e orientação médica para o seu caso.
Dr. Adriano Leonardi
Médico e fisiologista do esporte.