Se você tem artrose no joelho, é bem possível que já tenha escutado por aí que “não tem mais jeito” e que o melhor a fazer é aprender a conviver com a dor. Mas será que precisa mesmo ser assim? Será que os remédios que você está tomando estão ajudando de verdade — ou apenas escondendo os sintomas, enquanto a articulação continua sofrendo por dentro? O que você não deve saber ainda é que artrose tem cura, basta seguir os pilares fundamentais para um tratamento eficaz.
A verdade é que, embora a artrose seja uma doença degenerativa, existe, sim, um caminho possível para aliviar a dor, cuidar das articulações e viver com mais qualidade de vida. O problema é que muitos pacientes ficam presos por anos em um ciclo de medicações que não tratam a causa, apenas “empurram com a barriga” — e acabam deixando de conhecer outras opções que poderiam fazer toda a diferença.
Aqui eu te mostrarei de forma clara e honesta sobre quais medicamentos realmente funcionam no tratamento da artrose do joelho, o que a ciência mais atual diz sobre o assunto, e como você pode tomar decisões mais seguras e conscientes para cuidar do seu corpo.
Para entender melhor o que é a artrose e como ela afeta suas articulações, acesse o link https://adrianoleonardi.com.br/joelho/artrose/.
SINTOMAS MAIS COMUNS DA ARTROSE
Os principais sintomas da artrose incluem dor progressiva, que tende a limitar cada vez mais as atividades do dia a dia, inchaço articular (derrame articular ou “água no joelho”), bloqueios articulares, perda do arco de movimento, atrofia muscular e deformidades, como o desalinhamento progressivo do joelho.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da artrose é realizado por meio do exame físico e da história clínica do paciente, que frequentemente relata uma piora progressiva na mobilidade e qualidade de vida. Além disso, alguns exames de imagem podem auxiliar no diagnóstico (radiografia e ressonância magnética), mas nunca sozinhos. O diagnóstico da artrose é clínico.
- Radiografia (Raio-X) – Deve ser feita em posição ortostática (com o paciente em pé), permitindo avaliar desvios de eixo e o grau de desgaste articular.
- Ressonância Magnética – Complementa o diagnóstico ao identificar lesões como degeneração do menisco, aumento do líquido intra-articular e edema ósseo, que se assemelha a um hematoma dentro do osso.
TRATAMENTO DA ARTROSE
A abordagem terapêutica da artrose varia conforme a gravidade da doença e a idade do paciente. Entre as opções disponíveis, destacam-se:
1. TRATAMENTO NÃO CIRÚRGICO
ANALGÉSICOS
Os analgésicos são a primeira linha no controle da dor leve a moderada. Entre os mais utilizados estão:
- Paracetamol: Opção segura para controle da dor, especialmente para pacientes que não podem usar anti-inflamatórios. No entanto, seu uso prolongado em altas doses pode afetar o fígado.
- Dipirona: Muito utilizada no Brasil, é eficaz no alívio da dor moderada e apresenta menor risco de efeitos adversos gastrointestinais quando comparada aos anti-inflamatórios.
ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDES (AINES)
Quando há dor mais intensa associada à inflamação, os anti-inflamatórios podem ser indicados, mas seu uso deve ser controlado devido aos riscos de efeitos colaterais, como lesões gástricas, renais e cardiovasculares.
- Ibuprofeno, Naproxeno e Diclofenaco: Comumente prescritos para aliviar a dor e reduzir a inflamação, porém podem causar irritação gástrica e aumentar o risco cardiovascular em alguns pacientes.
ANALGÉSICOS OPIÁCEOS
Em casos de dor intensa e persistente que não responde a outras medicações, podem ser prescritos analgésicos opiáceos, porém com cautela devido ao risco de dependência.
- Tramadol: Um opioide fraco, indicado para dores moderadas a intensas, podendo causar sonolência e tontura.
- Codeína e Morfina: Reservadas para quadros mais graves, têm maior potencial de dependência e efeitos colaterais como sedação e constipação intestinal.
CORTICOSTERÓIDES
Os corticosteróides podem ser administrados por via oral ou por infiltração intra-articular para alívio temporário da inflamação e dor.
- Prednisona e Deflazacorte: Usados apenas em períodos curtos, devido aos riscos de osteoporose, aumento da glicemia e outros efeitos colaterais sistêmicos.
INFILTRAÇÃO
- Infiltrações com Corticoide: Realizadas diretamente na articulação para alívio rápido da dor, mas não devem ser feitas com frequência devido ao risco de degeneração da cartilagem a longo prazo.
- Infiltração com Ácido Hialurônico: Considerada um dos principais tratamentos não cirúrgicos, ajuda na lubrificação articular e na redução da dor, existindo diferentes formulações com variações na composição molecular.
NUTRACÊUTICOS
Compostos como glicosamina, colágeno tipo II e extratos vegetais (como abacate, curcumina e ômega-3) são bastante divulgados como aliados no tratamento da artrose. No entanto, quando nos referimos a glicosamina e ao colágeno tipo II, é importante ter cautela: apesar de muito populares, especialmente entre quem busca alternativas naturais, esses produtos ainda não têm comprovação científica forte de que realmente funcionem para regenerar a cartilagem ou controlar a progressão da doença. Além disso, o custo desses suplementos costuma ser elevado, o que pode pesar no bolso a longo prazo.
Por isso, esses compostos devem ser vistos como opções secundárias, que podem ser utilizadas com orientação médica e nunca substituem os tratamentos principais, como a atividade física regular, mudanças no estilo de vida e o uso criterioso de medicamentos comprovadamente eficazes.
Já os extratos vegetais possuem evidência científica mais fortes, uma vez que atuam reduzindo o processo inflamatório crônico da artrose. No entanto, ainda assim, devem ser utilizados como parte do tratamento e nunca como o único recurso.
FISIOTERAPIA E REABILITAÇÃO
Os protocolos vão desde abordagens analgésicas até fisioterapia voltada à retomada da mobilidade e prática esportiva.
POR QUE A FISIOTERAPIA É ESSENCIAL?
A fisioterapia atua diretamente no controle da dor, na melhora da mobilidade e no fortalecimento da musculatura que sustenta o joelho. Mais do que aliviar os sintomas, ela contribui para retardar a progressão da doença e reduzir a necessidade de medicamentos ou intervenções cirúrgicas.
ABORDAGENS FISIOTERAPÊUTICAS EFICAZES
a) Cinesioterapia: exercícios que promovem saúde articular
A cinesioterapia é o uso de exercícios terapêuticos para melhorar a função da articulação e dos músculos ao redor. Seus principais benefícios incluem:
- Fortalecimento da musculatura, especialmente quadríceps e isquiotibiais
- Melhora da amplitude de movimento do joelho
- Redução da sobrecarga nas estruturas articulares
- Estímulo à lubrificação natural da articulação
b) Liberação miofascial: alívio da dor e das tensões
A liberação miofascial é uma técnica manual que atua nos tecidos moles do corpo, especialmente nas fáscias (tecido que reveste os músculos) e nos músculos, aliviando pontos de tensão e dor. Entre seus benefícios, estão:
- Relaxamento muscular
- Melhora da circulação local
- Aumento da flexibilidade
- Diminuição da rigidez articular
c) Hidroterapia: exercícios com menor impacto
A hidroterapia utiliza as propriedades da água para facilitar os exercícios e reduzir a carga sobre o joelho. É indicada especialmente para pessoas com dor intensa ou limitações funcionais importantes. Benefícios da hidroterapia:
- Menor impacto nas articulações
- Facilidade para realizar movimentos que seriam dolorosos em solo
- Estímulo à circulação e ao relaxamento muscular
- Redução da dor durante e após as sessões
2. NOVAS TERAPIAS E MEDICINA REGENERATIVA
Com os avanços na medicina regenerativa, novos tratamentos estão sendo estudados para auxiliar na regeneração da cartilagem e no alívio da dor.
PLASMA RICO EM PLAQUETAS (PRP)
O PRP utiliza componentes do próprio sangue do paciente para estimular a regeneração da cartilagem e reduzir a inflamação. Estudos indicam que essa terapia pode proporcionar alívio prolongado da dor e retardo na progressão da artrose.
CÉLULAS-TRONCO
As terapias com células-tronco estão sendo investigadas como uma forma de regenerar a cartilagem danificada. Os primeiros estudos mostram resultados promissores, mas ainda são necessárias mais pesquisas para comprovar sua eficácia e segurança.
3. TRATAMENTO CIRÚRGICO
Para pacientes com artrose avançada ou que não melhoram com o tratamento clínico, podem ser indicados procedimentos cirúrgicos, como:
- Artroscopia: Procedimento minimamente invasivo para remoção de fragmentos degenerados e limpeza da articulação. Embora possa trazer alívio sintomático, sua eficácia é limitada em casos avançados.
- Subcondroplastia: Técnica moderna que injeta um cimento biológico na região do edema ósseo, melhorando a sustentação óssea e reduzindo a dor.
- Osteotomia: Cirurgia que corrige o eixo do joelho para redistribuir a carga articular, sendo indicada principalmente para pacientes mais jovens.
- Prótese Articular: Considerada o último recurso, a substituição da articulação por uma prótese é definitiva e deve ser indicada com critério, considerando os riscos e benefícios para cada paciente.
A figura abaixo mostra a osteotomia, procedimento que corrige o eixo do joelho para redistribuir a carga articular.
A “CURA” DA ARTROSE
Embora a artrose seja uma doença degenerativa, eu desenvolvi um conceito chamado “C.U.R.A.”, que representa os pilares fundamentais para um tratamento eficaz:
- C – Comprometimento do Paciente: A adesão ao tratamento é essencial, incluindo mudanças no estilo de vida, perda de peso, abandono do tabagismo e prática de atividade física.
- U – União da Equipe: O tratamento deve envolver médicos, fisioterapeutas, educadores físicos e, em alguns casos, psicólogos, garantindo um cuidado multidisciplinar.
- R – Racionalidade no Atendimento: Cada paciente tem necessidades individuais, e o tratamento deve ser personalizado, evitando abordagens padronizadas.
- A – Administração de Recursos: O uso adequado de terapias regenerativas, analgésicas e estratégias que promovam qualidade de vida é essencial para retardar a progressão da doença.
É importante ressaltar que qualquer promessa de “cura definitiva” para a artrose deve ser vista com ceticismo. Todos, em algum momento da vida, podem desenvolver algum grau da doença, pois as articulações envelhecem naturalmente. Portanto, tratamentos milagrosos devem ser encarados com cautela.Se você deseja mais informações sobre opções terapêuticas baseadas em evidências científicas, consulte um especialista qualificado para definir a melhor abordagem para o seu caso. Assista também ao nosso vídeo “Cura da Artrose, Existe?”: https://www.youtube.com/watch?v=AEC0r2xusTI&t=2s.