Você já se perguntou por que, mesmo tomando o anti-inflamatório “mais forte”, a dor no joelho volta dias depois? E se eu te dissesse que o melhor anti-inflamatório para artrose talvez não esteja na farmácia?
A crença de que um comprimido pode resolver sozinho o problema da artrose é comum. Mas a dor, a inflamação e a rigidez no joelho são o resultado de um processo muito mais complexo, que exige mais do que uma solução rápida.
Aqui você entenderá por que o tratamento da artrose vai muito além dos medicamentos tradicionais, descobrir os riscos do uso prolongado dos AINEs (anti-inflamatórios não esteroides), e conhecer alternativas eficazes e seguras — incluindo uma que talvez você nunca tenha considerado: a atividade física como anti-inflamatório natural.
Para entender melhor o que é a artrose e como ela afeta suas articulações, acesse o link https://adrianoleonardi.com.br/joelho/artrose/.
ENTENDENDO OS ANTI-INFLAMATÓRIOS
Existem diferentes remédios que podem ajudar a aliviar a dor e o inchaço causados pela artrose. Os mais usados são os anti-inflamatórios não esteroides, conhecidos pela sigla AINEs. Dentro desse grupo estão medicamentos bastante conhecidos de quem já sentiu dor nas articulações, como o Ibuprofeno, Naproxeno e Diclofenaco.
Eles funcionam bloqueando substâncias que o nosso próprio corpo libera quando há uma inflamação — essas substâncias são as responsáveis por causar dor, vermelhidão e o inchaço que incomoda tanto no joelho e em outras articulações.
Com o tempo, surgiram também versões mais modernas desses remédios, como o Celecoxibe. Ele foi criado pensando justamente em reduzir os efeitos colaterais, principalmente os desconfortos no estômago e no intestino, que muita gente sente com os anti-inflamatórios mais antigos. Esse tipo mais novo tenta agir de forma mais específica na inflamação, mas mesmo assim possui alguns efeitos colaterais. Por isso, o uso de qualquer anti-inflamatório deve ser sempre orientado e prescrito por um médico.
E mesmo com essas opções, é sempre importante lembrar: cada pessoa reage de um jeito. Por isso, o ideal é conversar com seu médico para encontrar o que realmente funciona para você, com segurança e menos riscos.
COMPARANDO A EFICÁCIA
Estudos têm comparado a eficácia e segurança de diferentes AINEs no tratamento da artrose:
- Diclofenaco
É um remédio bastante usado para aliviar a dor e melhorar a movimentação nas articulações com artrose. Funciona bem, mas precisa ser usado com cuidado, principalmente por quem tem problemas no coração. Estudos mostram que o uso contínuo pode aumentar o risco de infarto e AVC, especialmente em pessoas com histórico de doenças cardiovasculares.
- Naproxeno
Entre os anti-inflamatórios, o Naproxeno costuma ser uma opção mais segura para o coração. Ele ajuda a reduzir a dor e o inchaço e é bem tolerado pela maioria das pessoas. Mesmo assim, como todo medicamento, deve ser usado com orientação médica.
- Ibuprofeno
Muito conhecido e fácil de encontrar, o Ibuprofeno também é eficaz no alívio da dor da artrose. Mas, se usado por muito tempo ou em doses altas, pode causar irritação no estômago e até aumentar os riscos para o coração. Por isso, o ideal é usá-lo por curtos períodos e sempre com acompanhamento.
- Celecoxibe
Esse é um anti-inflamatório mais moderno, que pertence a uma classe chamada “inibidores seletivos da COX-2”. Ele foi desenvolvido para agredir menos o estômago e o intestino, sendo uma alternativa interessante para quem tem sensibilidade nessa área. Quanto à segurança para o coração, os estudos mostram que o risco é parecido com o de outros anti-inflamatórios mais antigos.
RISCOS E EFEITOS COLATERAIS
Embora eficazes, os AINEs não estão isentos de riscos:
- Gastrointestinais: Podem causar irritação da mucosa gástrica, levando a úlceras e sangramentos.
- Cardiovasculares: Alguns AINEs estão associados a um aumento no risco de eventos cardiovasculares adversos.
- Renais: O uso prolongado pode comprometer a função renal, especialmente em indivíduos com predisposição.
MEDICINA REGENERATIVA: UMA ALTERNATIVA PROMISSORA
Além dos tratamentos tradicionais, a medicina regenerativa tem ganhado destaque no manejo da artrose. Terapias como o Plasma Rico em Plaquetas (PRP) e o uso de células-tronco mesenquimais visam estimular a reparação dos tecidos articulares, oferecendo uma abordagem que busca tratar a causa subjacente da doença, e não apenas aliviar os sintomas.
ATIVIDADE FÍSICA E ARTROSE
A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA NO TRATAMENTO DA ARTROSE
Muita gente que sofre com artrose acredita que o repouso é a melhor forma de aliviar a dor. Mas, ao contrário do que parece lógico, o movimento – feito da forma certa – é um dos principais aliados no tratamento da artrose. A prática regular de atividade física é segura, recomendada e pode trazer benefícios reais e duradouros para quem convive com o desgaste nas articulações.
COMO O EXERCÍCIO AJUDA QUEM TEM ARTROSE?
A atividade física atua em várias frentes no combate aos sintomas da artrose:
- Fortalece os músculos ao redor da articulação: músculos mais fortes ajudam a proteger a articulação, reduzindo a carga direta sobre ela. Fortalecer os músculos do quadríceps é essencial no tratamento da artrose, pois eles protegem a articulação e aliviam a dor.
Os músculos isquiotibiais fortalecidos ajudam a estabilizar o joelho e reduzir a sobrecarga sobre a articulação afetada pela artrose.
- Reduz a reação inflamatória: Quando nos exercitamos, o corpo libera substâncias anti-inflamatórias, como as miocinas, que são produzidas pelos músculos durante o movimento. Essas substâncias ajudam a reduzir a inflamação nas articulações, além de melhorar a circulação sanguínea, fortalecer a musculatura ao redor do joelho e diminuir a sobrecarga nas cartilagens.
- Melhora a lubrificação natural do joelho: o movimento estimula a produção de líquido sinovial, essencial para reduzir o atrito entre os ossos. O líquido sinovial é como o ‘óleo’ da articulação do joelho — ele lubrifica, nutre e protege a cartilagem. Na artrose, sua qualidade e quantidade diminuem, contribuindo para a dor e o desgaste.
- Aumenta a mobilidade e flexibilidade: exercícios específicos mantêm o joelho mais solto e funcional.
- Reduz a rigidez matinal: o movimento frequente diminui aquela sensação de “joelho travado” ao acordar.
- Ajuda no controle do peso corporal: perder peso reduz a sobrecarga sobre os joelhos, diminuindo a dor e retardando a progressão da doença.
QUE TIPO DE EXERCÍCIO É INDICADO?
Nem todo exercício é adequado para quem tem artrose. A escolha depende do estágio da doença, do nível de dor e da condição física geral da pessoa. Os mais recomendados são:
- Ciclismo: movimento suave com grandes benefícios
O ciclismo é uma excelente atividade física para quem tem artrose de joelho, pois:
- Não sobrecarrega a articulação — por ser uma atividade de baixo impacto, o movimento é suave e contínuo.
- Estimula a produção de líquido sinovial — o que ajuda a “lubrificar” o joelho e facilitar os movimentos.
- Melhora a mobilidade e reduz a rigidez — ideal para quem sente o joelho travado ou duro ao acordar ou após ficar muito tempo parado.
- Fortalecimento Muscular: o escudo natural das articulações
Fortalecer os músculos ao redor do joelho é essencial para:
- Proteger a articulação — músculos mais fortes absorvem melhor os impactos e reduzem a sobrecarga no joelho.
- Diminuir a dor — menos pressão sobre a cartilagem inflamada ajuda a reduzir o desconforto.
- Melhorar o equilíbrio e a estabilidade — o que também ajuda a evitar quedas, principalmente em pessoas mais velhas.
O ideal é que o plano de exercícios seja feito com orientação de um fisioterapeuta ou profissional de educação física com experiência em reabilitação articular.
Atividades físicas de baixo impacto como o ciclismo, por exemplo, são ótimas opções para quem tem artrose, pois fortalecem a musculatura, melhoram a mobilidade e aliviam as dores, sem causar impacto nas articulações.
O QUE DIZEM OS ESTUDOS?
De acordo com o American College of Rheumatology, o exercício é considerado uma das estratégias de tratamento mais eficazes para artrose de joelho, com evidência científica robusta. Estudos mostram que programas regulares de exercício reduzem a dor, melhoram a função física e têm impacto positivo na qualidade de vida.
Além disso, o CDC (Centers for Disease Control and Prevention) recomenda pelo menos 150 minutos semanais de atividade física moderada para adultos com artrose – o equivalente a cerca de 30 minutos por dia, cinco vezes por semana.
ENTÃO, QUAL O MELHOR ANTI INFLAMATÓRIO PARA A ARTROSE?
A escolha do melhor anti-inflamatório para quem convive com artrose não deve seguir uma fórmula única. Cada pessoa sente e vive a doença de um jeito diferente — por isso, é essencial que o tratamento seja pensado de forma individual, respeitando o grau dos sintomas, outras condições de saúde e o perfil de risco de cada paciente. Conversar com um profissional de confiança faz toda a diferença nesse momento. Juntos, vocês podem avaliar os prós e contras de cada opção e encontrar o caminho mais seguro e eficaz.
Hoje, felizmente, a medicina vai além dos remédios tradicionais. Abordagens inovadoras, como as que vêm sendo desenvolvidas pela medicina regenerativa, têm trazido esperança e novas possibilidades para quem busca mais qualidade de vida apesar da artrose.
E quando falamos em tratamento, não dá para deixar de lado um dos aliados mais poderosos: a atividade física. Ela vai muito além do alívio da dor. Exercícios feitos com regularidade e sob orientação fortalecem os músculos que protegem o joelho, reduzem a inflamação e melhoram a mobilidade. Mais do que isso: ajudam a resgatar a autonomia no dia a dia, diminuem a dependência de medicamentos e podem até adiar a necessidade de cirurgia.
Em resumo, cuidar da artrose também é sobre redescobrir o movimento. Porque, sim, manter-se ativo é uma forma gentil e poderosa de cuidar do seu corpo — e da sua vida.
E se você quiser saber mais sobre o assunto, assista ao vídeo “Qual o melhor remédio para Artrose?”: https://www.youtube.com/watch?v=_8AhZSf8QR0&t=32s.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Duarte, V. de S., Santos, ML, Rodrigues, K. de A., Ramires, JB, Arêas, GPT, & Borges, GF (2020). Exercícios físicos e osteoartrose: uma revisão sistemática. Revista Brasileira de Medicina, [Online], Disponível em: https://www.scielo.br/j/fm/a/wDHqKVpcRLRCrHVtmzJPQzd/.
Colégio Americano de Reumatologia. (nd). Exercício e Artrite. Disponível em: https://rheumatology.org/exercise-and.
Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). (2020). Diretrizes de Atividade Física para Americanos. Disponível em: https://www.cdc.gov/physical-activity-basics.