A osteocondrite dissecante (OCD) do joelho é uma causa relativamente comum de dor e limitação funcional em criança e adolescente.

osteocondrite dissecante

Tipicamente, a doença ocorre no joelho de atletas mirins envolvidos em esportes competitivos, submetidos a treinamentos intensos.

Trata-se de uma doença adquirida em que o osso subcondral (osso abaixo da cartilagem)torna- se avascular, ou seja, perde o suprimento sanguíneo, desestabilizando a cobertura cartilaginosa e, se não ocorrer a reversão do processo (consolidação), o complexo osso-cartilagem, sujeito a forças de impacto e de cisalhamento do esporte, pode separar-se completamente do seu leito ósseo, determinando irregularidade articular e até a formação de corpos livres.

 

A osteocondrite dissecante do joelho pode ser subdividida em duas formas:

1. Osteocondrite dissecante juvenil (OCDJ) – ocorre em atletas mirins com a cartilagem de crescimento aberta.

2. Osteocondrite dissecante do adulto (OCDA) – ocorre em atletas mirins com a cartilagem de crescimento fechada.

Quando não respondem satisfatoriamente ao tratamento, ambas as formas apresentam tendência a sequelas tardias, inclusive a osteoartrose (OA).

Como a osteocondrite dissecante se apresenta?

A queixa básica é a dor e inchaço do joelho afetado que pode ser exacerbada pela atividade física. Sensações de estalidos e até bloqueios articulares podem ocorrer em casos de corpos livres articulares

O processo apresenta-se entre 13 e 21 anos e os sinais físicos podem estar relacionados com o local da lesão. A atrofia do músculo quadríceps (anterior da coxa) pode estar presente em casos sintomáticos de longa duração.

O local mais comumente afetado é a face posterolateral do côndilo femoral medial (75%) (figura 1), zona de carga (onde há transmissão de peso) dos côndilos femoral medial e lateral (20%) e superfície patelar (5%).

osteocondrite dissecante
Área da lesão tipica da osteocondrite dissecante

 

A OCD da patela é rara (5%) e predomina no sexo masculino. Os sintomas são indefinidos com dor difusa, agravada pelo apoio e flexão.

O inchaço durante ou após atividades excessivas e atrofia muscular precoce são sinais que podem ocorrer associados à crepitação retropatelar.

A tomografia computadorizada e a ressonância magnética são importantes para definir o local, a extensão e a viabilidade da lesão.

 

Diagnóstico da osteocondrite dissecante

Os exames radiográficos simples, tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética (RM) são os mais importantes. A cintilografia com tecnécio 99 pode ser utilizada, inclusive para avaliar a tendência à resolução do processo; entretanto, esta técnica é questionada pelo tempo de obtenção das imagens e pelo risco da administração do contraste.

Exame radiográfico da localização clássica da OCD na face posterolateral do côndilo femoral medial.

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(A) Incidência anteroposterior.

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(B) Incidência de perfil.

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(C) Incidência posteroanterior (túnel).

 

Tratamento para osteocondrite dissecante

Repouso e muletas

O sucesso  ocorre mais frequentemente antes do fechamento da cartilagem de crescimento. As lesões estáveis têm prognóstico melhor. As orientações incluem a medicação analgésica e anti-inflamatória, a redução da carga (muletas) e a utilização de imobilizador. A restrição total das atividades físicas pode determinar a resolução do processo em pacientes mais jovens.

A duração do tratamento conservador não está claramente estabelecida, mas provavelmente não deve ser prolongada além de seis meses, se não houver evidência de resolução clínica e por exames de imagem.

Tratamento cirúrgico

A cirurgia estará indicada nos casos em que o tratamento conservador falhar e para os casos de lesões instáveis ou deslocadas, em especial para a OCDA.

As opções cirúrgicas incluem: remoção simples do fragmento ou eventual corpo livre.

osteocondrite dissecante

Figura A – Perfurações simples do osso subcondral (drilling)

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Figura B – Implante autólogo de condrócitos

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Figura C – Fixação do fragmento, autoenxerto osteocondral (mosaicoplastia)

 

Referências bibliográficas

1. Magnussen RA, Carey JL, Spindler KP. Does operative fixation of an osteochondritis dissecans loose body result in healing and long-term maintenance of knee function? Am J Sports Med. 2009;37(4):754-9.

2. Cahill BR. Osteochondritis dissecans of the knee: treatment of juvenile and adult forms. J Am Acad Orthop Surg. 1995;3(4):237-247.

3. Williams JS Jr, Bush-Joseph CA, Bach BR Jr. Osteochondritis dissecans of the knee. Am J Knee Surg. 1998;11(4):221-32.

4. Crawford DC, Safran MR. Osteochondritis dissecans of the knee. J Am Acad Orthop Surg. 4(3):123-33.

5. Fairbanks HAT. Osteochondritis dissecans. Br J Surg. 1933;21:67-82.

 

Importante: O conteúdo deste artigo é meramente informativo e não substitui uma consulta médica. Diagnósticos de lesões e opções de tratamento variam de pessoa para pessoa e dependem de fatores como sexo, idade, ocupação, etc, e portanto não devem ser generalizados. Consulte sempre seu médico. As informações deste site não devem ser utilizadas para auto-diagnóstico ou auto-tratamento.

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6 Comentários

      1. Como faço pra ter uma avaliação ,meu filho joga basquete e está com problemas na cartilagem diagnosticado por ressonância !!!!

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