Se você convive com dor no joelho por causa da artrose, sabe como isso pode afetar seu dia a dia — cada passo, cada movimento, pode se tornar um desafio. Diante disso, é comum ouvir orientações como “tome um anti-inflamatório” ou “faça uma infiltração”. Mas será que essas opções funcionam para todo mundo? Existe uma escolha melhor ou mais segura?
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A verdade é que não há uma resposta única. Cada corpo é único, e o tratamento ideal depende do grau da artrose, das suas características pessoais e do que você busca: alívio imediato, controle a longo prazo ou mais qualidade de vida.
Aqui caminharei ao seu lado e te explicar, de forma clara e confiável, as diferenças entre anti-inflamatórios e infiltrações — como atuam, quando são indicados, seus benefícios e seus riscos.

Para entender melhor o que é a artrose e como ela afeta suas articulações, acesse o link https://adrianoleonardi.com.br/joelho/artrose/.
O QUE SÃO ANTI-INFLAMATÓRIOS E COMO ATUAM NA ARTROSE
Os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) são medicamentos usados para reduzir a dor e a inflamação. Eles atuam bloqueando enzimas envolvidas na produção de prostaglandinas, substâncias que promovem inflamação, dor e febre.
EXEMPLOS COMUNS:
- Ibuprofeno
- Diclofenaco
- Nimesulida
VANTAGENS:
- Alívio rápido da dor
- Custo relativamente baixo
- Fácil acesso
DESVANTAGENS E EFEITOS COLATERAIS:
- Pode causar gastrite, úlceras e sangramentos gastrointestinais
- Aumenta o risco de problemas renais e cardiovasculares
- Eficácia reduzida em estágios avançados da artrose
- Não altera o curso da doença (apenas trata os sintomas)
QUANDO SÃO INDICADOS?
- Crises agudas de dor
- Estágios iniciais a moderados da artrose
- Como parte de um protocolo conservador
O QUE É A INFILTRAÇÃO ARTICULAR?
A infiltração articular consiste na aplicação de medicamentos diretamente dentro da articulação afetada. Ela pode ser feita com diferentes substâncias, dependendo do objetivo do tratamento.
TIPOS MAIS COMUNS:
1. CORTICÓIDES INTRA-ARTICULARES
- Reduzem a inflamação de forma rápida
- Uso limitado a poucas aplicações anuais
- Mais eficaz em fases com muito derrame articular
- Estudos recentes indicam que pode sua utilização de forma crônica pode piorar os efeitos da artrose ao invés de melhorá-los
2. ÁCIDO HIALURÔNICO (VISCOSSUPLEMENTAÇÃO)
- Melhora a lubrificação articular
- Reduz o atrito e a dor
- Pode retardar a progressão da doença devido ao seu efeito anti-inflamatório
3. TERAPIAS REGENERATIVAS (PRP E CÉLULAS-TRONCO)
A infiltração com PRP (Plasma Rico em Plaquetas) é uma das terapias de medicina regenerativa que, além de combater o processo inflamatório, pode ajudar no processo de regeneração da cartilagem desgastada.
- Estimulam a recuperação do tecido cartilaginoso
- Promissoras em fases iniciais a moderadas da artrose
- Benefícios mais duradouros em comparação com AINEs

VANTAGENS:
- Atua diretamente no foco da dor
- Reduz o uso de medicamentos sistêmicos
- Pode melhorar a função articular
RISCOS E LIMITAÇÕES:
- Necessita de profissional experiente para aplicação
- Pode haver risco de infecção (raro)
- Nem todos os pacientes respondem igualmente bem
Você poderá saber um pouco mais sobre o assunto no vídeo “Infiltração no joelho: Como é feita? Quais as indicações?”: https://www.youtube.com/watch?v=1jqzLIhVIFI&t=1s.
ANTI-INFLAMATÓRIOS X INFILTRAÇÕES: COMPARATIVO DIRETO
QUANDO OPTAR POR CADA OPÇÃO?
ANTI-INFLAMATÓRIOS:
- Dor leve a moderada
- Fases iniciais da artrose
- Contraindicação para procedimentos invasivos
- Episódios agudos
INFILTRAÇÕES:
- Dor persistente ou intensa
- Contraindicação ao uso prolongado de AINEs
- Falha do tratamento clínico convencional
- Busca por tratamentos regenerativos
O QUE DIZEM OS ESTUDOS?
Estudos recentes mostram que as infiltrações com ácido hialurônico têm efeitos superiores ao placebo na melhora da dor e função em pacientes com artrose de joelho.
Outro estudo publicado no American Journal of Sports Medicine (2019) demonstrou que o PRP intra-articular oferece melhor alívio da dor a longo prazo do que corticosteroides ou ácido hialurônico em estágios iniciais da doença.
A Sociedade Internacional de Pesquisa em Osteoartrite (OARSI) recomenda usar anti-inflamatórios por tempo limitado, com cautela em pacientes com comorbidades, e considera a infiltração de ácido hialurônico uma opção válida em casos refratários ao tratamento convencional.
ENTÃO, QUAL A MELHOR OPÇÃO PARA QUEM TEM ARTROSE?
Ambas as opções, anti-inflamatórios e infiltrações, têm seu papel no tratamento da artrose. A escolha ideal depende do perfil do paciente, do estágio da doença e dos objetivos terapêuticos. É fundamental ter acompanhamento médico para evitar riscos e aproveitar o que cada abordagem tem de melhor.
A infiltração não é um “milagre instantâneo”, mas quando bem indicada, pode representar uma virada na qualidade de vida do paciente. Já os anti-inflamatórios, embora acessíveis, devem ser usados com cautela e por tempo limitado.
É importante ressaltar que antes de escolher uma das opções, converse com um especialista em ortopedia e medicina regenerativa. Um plano de tratamento personalizado é a chave para resultados duradouros e seguros.
Sentir dor todos os dias não precisa ser parte da sua rotina. Com orientação de um bom profissional, é possível aliviar os sintomas, retomar o movimento e viver com mais leveza. Você merece esse cuidado — e não está sozinho nessa jornada.
E se você quiser saber mais sobre o assunto, assista ao vídeo “Infiltração no Joelho Para Artrose Resolve? – Tratamentos Para Artrose”: https://www.youtube.com/watch?v=syMkB9ryWFs&t=10s.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DRAKE, Braden F. et al. Effect of intra-articular corticosteroid injections on articular cartilage: A systematic review of current literature. The American Journal of Sports Medicine, v. 47, n. 1, p. 186–196, 2019. Disponível em: https://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1177/0363546518814532. Acesso em: 24 jun. 2025. FARINELLI, Luca; RICCIO, Michele; GIGANTE, Antonio; DE FRANCESCO, Francesco. Estratégias de gerenciamento da dor na osteoartrite. Therapeutic Advances in Musculoskeletal Disease, v. 16, 2024. Editores: Elisa Belluzzi, Maria Venihaki. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC11048725/. Ac