Os conhecimentos sobre as patologias do joelho sofreram grande avanço nos últimos dez anos. Em consequência disso, várias técnicas cirúrgicas e vários protocolos de tratamento conservador vêm sendo desenvolvidos.

Quando falamos em fisioterapia do joelho, é importante entendermos as bases do tratamento e não apenas qual é o protocolo utilizado. Dependendo da conduta ortopédica de cada serviço, os protocolos de fisioterapia do joelho podem variar quanto ao tempo para que se iniciem cada um dos procedimentos, os exercícios empregados e as técnicas a serem aplicadas. Muitos protocolos, hoje considerados como acelerados, poderão em futuro próximo ser aceitos universalmente sem qualquer ressalva. Isso só ocorrerá após maiores estudos comprovando sua superioridade em relação aos métodos tradicionais mais utilizados atualmente.

É por essa razão que o conhecimento das patologias e a influência sobre a dinâmica do joelho é fundamental para o correto julgamento dos tratamentos instituídos.

Fisioterapia Joelho

A fisioterapia do joelho deve seguir alguns passos, consistindo, em linhas gerais, na proteção das estruturas lesadas, na manutenção do condicionamento cardiorrespiratório, ganho completo da amplitude de movimentos, prevenção da atrofia muscular, manutenção da função proprioceptiva, melhora da força muscular e do endurance, retorno à agilidade para diferentes atividades, e, finalmente, retorno às atividades e ao esporte.

 

Fisioterapia do Joelho – Femoropatelar

Esta articulação é de grande importância na dinâmica do joelho e vários trabalhos têm mostrado que a fisioterapia do joelho é a abordagem de escolha em muitas das patologias que a acometem.

Dentre as causas que levam à instabilidade da femoropatelar, podemos citar o aumento do ângulo Q, a hipoplasia da tróclea, fazendo com que diminua a contenção da patela, hipotrofia ou diminuição de força do vasto medial, com prevalência relativa do vasto lateral, malformação da patela, genurecurvatum, torção tibial. A alteração na qual realmente podemos atuar como reabilitadores é a relacionada aos desequilíbrios musculares.

Podemos trabalhar os músculos envolvidos de duas maneiras. A primeira, exercitando o músculo quadríceps através de contrações isométricas associadas às isotônicas ou isocinéticas.

Quando fazemos o fortalecimento nos últimos 30 graus de extensão, trabalhamos todos os músculos do quadríceps e em especial o vasto medial. A grande vantagem de trabalharmos nesta angulação é o fato de que existe menor área de contato entre a patela e o fêmur nos últimos graus de extensão (apenas a porção inferior da patela se articula com o fêmur entre 0º e 20º de flexo-extensão do joelho), o que protege esta articulação de dores que eventualmente ocorreriam por hiperpressão da femoropatelar.

Muitas vezes, a cinesioterapia isolada não é suficiente para a obtenção do fortalecimento necessário. Nesse caso, sugerimos o uso de estimulação elétrica com corrente farádica, no ponto motor do vasto medial, fazendo dessa forma a contração mais específica deste músculo.

Não devemos nos esquecer de associar o alongamento dos isquiotibiais e gastrocnêmios. Seu encurtamento aumenta a pressão sobre o femoropatelar, podendo ser causa de dor durante a fisioterapia do joelho, já que dessa forma tracionam mecanicamente a tíbia posteriormente. Com isso, o tendão patelar será também tracionado juntamente com a patela, aumentando a pressão contra o fêmur. Portanto, o alongamento da musculatura posterior deverá trazer algum alívio.

O encurtamento do quadríceps também acarreta aumento da pressão femoropatelar e esta pressão será tanto maior quanto maior for o encurtamento do músculo.

A manipulação manual da patela no sentido látero-medial também deve ser realizada. É freqüente o encurtamento das aletas laterais, que devem ser alongadas manualmente.

Após episódio de subluxação da patela, desde que a decisão seja pelo tratamento conservador, poderemos adotar a seguinte conduta:

a) Procurar diminuir o derrame, caso presente, fazendo aplicação de gelo nas primeiras 24 horas. A partir de então, a melhor escolha seria a aplicação de ondas-curtas, que, promovendo vasodilatação e aumento do metabolismo local, favoreceria a reabsorção do líquido extravasado;

b) Em caso de dor, podemos fazer uso de calores profundos, tais como ondas-curtas, microondas ou ultra-som. Podemos também utilizar as correntes elétricas analgésicas associadas ao calor, ou isoladamente;

c) Após a diminuição do derrame, poderemos dar início ao trabalho específico de fortalecimento muscular através de exercícios ou através de estimulação elétrica, conforme citado acima. É importante lembrarmos que existe bloqueio à contração muscular, tanto na presença de derrame articular, quanto na de dor. O exercício deverá ser realizado nesta fase, mesmo se sabendo que não será tão eficaz. Em uma segunda fase, quando a melhora do quadro doloroso for significativa, deveremos iniciar exercícios de fortalecimento e ganho de trofismo global de todos os músculos do membro inferior acometido, visando o equilíbrio muscular.

 

Fonte:  Reabilitação do joelho

ARTIGO DE REVISÃO E ATUALIZAÇÃO, Pérola Grinberg Plapler, Médica Fisiatra do Serviço de Medicina Física e Reabilitação do Instituto de Ortopedia e Traumatologia, HC-FMUSP. ACTA ORTOP BRAS 3(4) – OUT/DEZ, 1995

 

Importante: O conteúdo deste artigo é meramente informative e nao substitui uma consulta médica.Diagnósticos de lesões e opções de tratamento variam de pessoa para pessoa e dependem de fatores como sexo, idade, ocupação, etc, e portanto não devem ser generalizados. Consulte sempre seu médico. As informações deste site não devem ser utilizadas para auto-diagnóstico ou auto-tratamento.

 

 

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5 Comentários

  1. tenho problema patelar dentre outros nos dois joelhos, gostaria de receber informação voce atende so particular ou planos de saude também
    grata,
    fone 11 99166.6207

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