INTRODUÇÃO
Você já sentiu aquela dor no joelho ao subir escadas ou ouviu estalidos ao se movimentar? Esses podem ser sinais de condromalácia patelar, uma condição que afeta a cartilagem da patela. Mas e se essa condromalácia evoluir para algo mais sério, como a artrose? Será que isso é realmente possível? E, se for, o que você pode fazer para evitar que isso aconteça?
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Neste artigo, vamos explorar essa questão crucial, desvendando os mitos e verdades sobre a condromalácia e sua possível relação com a artrose.
Imagem 1: Sentir dor na parte da frente dos joelhos ao descer escadas pode ser um sintoma de condromalácia patelar.
O QUE É CONDROMALÁCIA PATELAR?
A condromalácia patelar, também conhecida como condropatia patelar, é caracterizada pelo amolecimento da cartilagem que reveste a parte posterior da patela (rótula). Em uma pessoa saudável, a cartilagem patelar tem entre 8 a 10 mm de espessura, sendo uma das mais grossas do corpo, capaz de suportar grandes forças de cisalhamento durante movimentos como subir e descer escadas.
Imagem 2: Desgaste da cartilagem localizada na parte da frente da patela (ossinho da parte da frente do joelho) é um sinal característico da condromalácia patelar.
GRAUS DA CONDROMALÁCIA
A condromalácia é classificada em quatro graus, de acordo com a gravidade do desgaste:
- Grau 0: Amolecimento da cartilagem.
- Grau 1: Desgaste superficial (primeira camada).
- Grau 2: Fibrilação (franjas na cartilagem).
- Grau 3: Degradação profunda (quase atingindo o osso).
- Grau 4: Exposição do osso (cartilagem completamente desgastada).
Imagem 3: Graus de evolução da condromalácia patelar.
Imagem 4: As 4 camadas da cartilagem que é desgastada nos processos de condromalácia patelar e de artrose.
CAUSAS DA CONDROMALÁCIA PATELAR
A condromalácia pode ser causada por fatores intrínsecos (relacionados ao paciente) e extrínsecos (relacionados ao ambiente ou hábitos). Entre os principais fatores, destacam-se:
FATORES INTRÍNSECOS
- Obesidade: O excesso de peso sobrecarrega a articulação.
- Alterações anatômicas: Como patela desalinhada (tilt patelar) ou hiperfrouxidão ligamentar.
- Má qualidade de movimento: Falta de sincronia entre quadril e joelho durante atividades físicas, gerando valgo dinâmico (joelho desviando para dentro).
Imagem 5: Tilt patelar, ou desalinhamento patelar.
Imagem 6: Valgo dinâmico, movimento que contribui para o desenvolvimento da condromalácia patelar.
FATORES EXTRÍNSECOS
- Treinamento inadequado: Prática de exercícios sem orientação, especialmente em pessoas sedentárias que iniciam atividades intensas sem preparo muscular.
- Lesões prévias: Como fraturas ou cirurgias no joelho que alteram a biomecânica articular.
SINTOMAS DA CONDROMALÁCIA
Os sintomas da condromalácia estão diretamente relacionados ao desgaste da cartilagem e incluem:
- Dor mecânica: Dor durante movimentos como subir e descer escadas.
- Estalidos ou crepitação: Sensação de rangido no joelho.
- Inchaço: Causado pela inflamação (sinovite artrítica) gerada pelos detritos da cartilagem desgastada.
A CONDROMALÁCIA PODE SE TRANSFORMAR EM ARTROSE?
Sim, a condromalácia pode evoluir para artrose se não for tratada adequadamente. A progressão ocorre da seguinte forma:
- Degradação da cartilagem: A cartilagem desgastada libera detritos que causam inflamação crônica (sinovite artrítica).
- Erosão progressiva: A inflamação contínua acelera o desgaste da cartilagem, atingindo outras áreas do joelho.
- Formação de osteófitos: O osso exposto sob pressão forma bicos de papagaio (osteófitos), característicos da artrose.
Imagem 7: A inflamação crônica generalizada pode afetar não apenas a cartilagem da patela, mas também a cartilagem articular do fêmur, característico do processo de artrose.
COMO PREVENIR A PROGRESSÃO PARA ARTROSE?
O tratamento da condromalácia deve ser multidisciplinar, visando corrigir as causas e frear a progressão da doença. As principais abordagens incluem:
1. CORREÇÃO DE FATORES ANATÔMICOS
- Cirurgia: Em casos graves, pode ser necessário realinhar a patela ou liberar estruturas que causam pressão excessiva.
- Palmilhas ortopédicas: Para corrigir a pisada e melhorar a biomecânica.
2. FORTALECIMENTO MUSCULAR
- Fisioterapia: Exercícios para fortalecer quadríceps, glúteos e músculos do quadril.
- Treinamento funcional: Melhora a qualidade do movimento e reduz o valgo dinâmico.
3. INFILTRAÇÕES ARTICULARES
- Ácido hialurônico: Reduz a inflamação e protege a cartilagem.
- Ortobiológicos: Como plasma rico em plaquetas (PRP), ainda em fase experimental no Brasil.
Imagem 8: A infiltração com PRP, técnica muito utilizada pela Medicina Regenerativa, é um dos tratamentos coadjuvantes indicados no processo de recuperação da cartilagem articular.
4. ATIVIDADE FÍSICA ORIENTADA
- Transição para o esporte: Retorno gradual às atividades físicas, com foco em fortalecimento e prevenção de lesões.
- Exercícios de baixo impacto: Como natação, ciclismo e pilates.
- Orientação profissional: Acompanhamento com fisioterapeuta ou educador físico.
CONCLUSÃO
A condromalácia patelar pode, sim, evoluir para artrose se não for tratada de forma adequada. No entanto, com um diagnóstico preciso e um tratamento multidisciplinar, é possível frear a progressão da doença, aliviar os sintomas e devolver a qualidade de vida ao paciente.
Se você desconfia que tem condromalácia ou já foi diagnosticado, não ignore os sinais. Procure um especialista, faça os exames necessários e inicie o tratamento o quanto antes
E, se você se interessou por esse conteúdo e quer entender mais sobre o assunto, acompanhe também o vídeo “Condromalácia patelar pode virar artrose?” e descubra tudo de forma prática e objetiva sobre o assunto https://www.youtube.com/watch?v=KF3J-BBofjQ.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
LEONARDI, Adriano. Condromalácia patelar pode virar artrose?. YouTube, 2023. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=KF3J-BBofjQ. Acesso em: 11/03/2025.