Você sabia que a mesma dor no joelho pode ter tratamentos radicalmente diferentes? Entre as opções terapêuticas disponíveis, os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) desempenham um papel crucial no manejo dos sintomas.
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Ibuprofeno, Diclofenaco e Nimesulida são Antiinflamatórios Não Esteroidais (AINEs) que podem ser associados no tratamento da artrose. No entanto, há um indicação específica para cada perfil de paciente e devem ser prescritos por um médico especialista, pois podem ter efeitos colaterais graves à longo prazo
Aqui te mostrarei as diferenças entre três AINEs amplamente utilizados — ibuprofeno, diclofenaco e nimesulida — fornecendo uma visão detalhada sobre sua eficácia, perfil de segurança e orientações de uso no tratamento da artrose.

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O PAPEL DOS AINES NO TRATAMENTO DA ARTROSE
Os AINEs são frequentemente prescritos para aliviar a dor e a inflamação associadas à artrose. Eles atuam inibindo as enzimas ciclo-oxigenase (COX-1 e COX-2), responsáveis pela produção de prostaglandinas, substâncias que mediam a inflamação e a dor. Embora compartilhem um mecanismo de ação comum, os AINEs diferem em termos de seletividade para as enzimas COX, eficácia analgésica e perfil de efeitos adversos.

1. IBUPROFENO
EFICÁCIA
O Ibuprofeno é um AINE não seletivo amplamente utilizado no tratamento da dor leve a moderada na artrose. Estudos indicam que doses de 1200 mg a 2400 mg por dia podem proporcionar alívio significativo da dor. No entanto, uma análise comparativa sugere que o Diclofenaco 150 mg/dia pode ser mais eficaz na melhora da dor e função em pacientes com artrose do que o Ibuprofeno em doses máximas.
SEGURANÇA
O Ibuprofeno é geralmente bem tolerado, mas seu uso prolongado está associado a riscos gastrointestinais, como úlceras e sangramentos, além de potenciais efeitos cardiovasculares adversos. Comparado ao Diclofenaco, o Ibuprofeno apresenta um perfil de risco cardiovascular mais favorável, tornando-se uma opção preferencial em pacientes com risco aumentado de eventos cardiovasculares, como, por exemplo, pacientes que já sofreram algum infarto do miocárdio ou tenham maior propensão.
INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES
O Ibuprofeno é indicado para adultos e crianças acima de 6 meses de idade, sendo uma opção versátil para o manejo da dor na artrose. Deve ser utilizado com cautela em pacientes com histórico de doenças gastrointestinais, hipertensão ou insuficiência renal.
2. DICLOFENACO
EFICÁCIA
O Diclofenaco é considerado um dos AINEs mais eficazes no tratamento da artrose. Uma revisão sistemática concluiu que o Diclofenaco 150 mg/dia é superior ao Ibuprofeno e Naproxeno na melhora da dor e função física em pacientes com artrose.
SEGURANÇA
Apesar de sua eficácia, o Diclofenaco está associado a um risco aumentado de eventos cardiovasculares adversos, especialmente em doses elevadas e uso prolongado. Além disso, apresenta risco significativo de efeitos gastrointestinais, como úlceras e sangramentos.
INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES
O Diclofenaco é aprovado para uso em adultos acima de 18 anos. Devido ao seu perfil de risco cardiovascular, deve ser prescrito com cautela em pacientes com histórico de doenças cardiovasculares, hipertensão ou fatores de risco significativos para eventos cardiovasculares.
3. NIMESULIDA
EFICÁCIA
A Nimesulida é um AINE seletivo para a COX-2, o que teoricamente confere menor risco de efeitos adversos gastrointestinais. Estudos demonstram que a Nimesulida é eficaz no alívio da dor associada à artrose, com eficácia comparável a outros AINEs.
SEGURANÇA
Embora a Nimesulida apresente menor incidência de efeitos gastrointestinais em comparação com AINEs não seletivos, há preocupações relacionadas à hepatotoxicidade, ou seja, intoxicação do fígado. Casos de lesão hepática grave foram relatados, levando à restrição ou suspensão de seu uso em alguns países.
INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES
A Nimesulida é indicada para o tratamento da dor aguda e sintomas da artrose em adultos. Deve ser utilizada com cautela e por curtos períodos, especialmente em pacientes com histórico de doenças hepáticas ou que fazem uso concomitante de outras medicações hepatotóxicas.
COMPARAÇÃO ENTRE IBUPROFENO, DICLOFENACO E NIMESULIDA
EFICÁCIA COMPARATIVA
- Diclofenaco: Demonstrou superioridade na melhora da dor e função em pacientes com artrose, especialmente na dose de 150 mg/dia.
- Ibuprofeno: Eficaz no alívio da dor, mas pode ser menos eficaz que o Diclofenaco em doses comparáveis.
- Nimesulida: Eficácia semelhante a outros AINEs, com benefício potencial de menor irritação gastrointestinal, mas com preocupações relacionadas à hepatotoxicidade.
PERFIL DE SEGURANÇA
- Gastrointestinal: A nimesulida pode oferecer vantagem em termos de tolerabilidade gastrointestinal em comparação com o diclofenaco e o ibuprofeno.
- Cardiovascular: O Diclofenaco está associado a um risco cardiovascular mais elevado, enquanto o ibuprofeno apresenta um perfil mais favorável nesse aspecto.
- Hepático:
- Nimesulida: Apresenta risco potencial de hepatotoxicidade, o que limita seu uso prolongado. Devido a relatos de lesão hepática aguda, seu uso deve ser restrito a curtos períodos e com monitoramento, especialmente em pacientes com histórico de doenças hepáticas.
- Ibuprofeno e Diclofenaco: Ambos podem causar elevações leves nas enzimas hepáticas, mas o risco de hepatotoxicidade grave é menor comparado à nimesulida.
QUANDO CADA UM É MAIS INDICADO?
DICLOFENACO
- Mais indicado para: Pacientes sem histórico de doenças cardiovasculares, que precisam de maior potência anti-inflamatória, especialmente em casos moderados a graves de artrose.
- Evitar em: Pacientes com risco cardiovascular elevado, como hipertensão não controlada, histórico de infarto ou AVC.
IBUPROFENO
- Mais indicado para: Casos leves a moderados de dor, especialmente em pacientes com maior risco cardiovascular, já que apresenta perfil mais seguro nesse aspecto.
- Evitar em: Pacientes com problemas renais ou gastrointestinais severos, especialmente em uso prolongado.
NIMESULIDA
- Mais indicado para: Curto prazo em pacientes com queixas gastrointestinais com outros AINEs, mas sem histórico de doenças hepáticas.
- Evitar em: Qualquer paciente com alteração hepática prévia, ou que use medicamentos que sobrecarregam o fígado.
ESTRATÉGIAS PARA USO SEGURO DOS AINES NA ARTROSE
Mesmo sendo eficazes, os AINEs devem ser usados com responsabilidade para minimizar efeitos colaterais. Algumas estratégias recomendadas incluem:
- Uso por tempo limitado: Preferencialmente de forma intermitente, durante as crises de dor.
- Com proteção gástrica: Considerar o uso de inibidores da bomba de prótons (como Omeprazol) em pacientes com risco gastrointestinal.
- Evitar associações perigosas: Como com outros AINEs ou com anticoagulantes.
- Hidratação e controle de pressão arterial: Para preservar função renal.
- Monitoramento laboratorial: Função renal e hepática devem ser avaliadas periodicamente em pacientes em uso contínuo.
ALTERNATIVAS AOS AINES NO TRATAMENTO DA ARTROSE
Para pacientes que não toleram bem os AINEs ou apresentam contraindicações, outras opções não medicamentosas podem ser consideradas:
- Atividade física regular e Fisioterapia: Fundamentais para preservação da função articular. A atividade física regular é um dos melhores anti inflamatórios e deve ser associada no tratamento da artrose.

- Dieta equilibrada e saudável: Uma dieta rica em proteínas e baixa alimentos ultraprocessados é um dos principais pilares para a saúde, não apenas articular, mas como um todo, pois promove diminuição do processo inflamatório crônico e aliviam a dor.
- Infiltrações com ácido hialurônico ou corticosteroides: Alívio rápido e local da dor.

- Medicina regenerativa: Como PRP (plasma rico em plaquetas) ou células-tronco, em casos selecionados.
ENTÃO, QUAL A DIFERENÇA ENTRE OS AINES?
Ibuprofeno, Diclofenaco e Nimesulida são medicamentos valiosos no tratamento da artrose, especialmente no controle da dor e inflamação. Cada um apresenta vantagens e limitações específicas, e a escolha do melhor AINE deve considerar não apenas a intensidade dos sintomas, mas também o perfil clínico do paciente, incluindo risco cardiovascular, gastrointestinal e hepático.
A decisão terapêutica deve sempre ser feita por um profissional de saúde, com base em uma avaliação individualizada, buscando o equilíbrio entre eficácia e segurança. Além disso, é fundamental lembrar que o tratamento da artrose é multimodal e deve incluir medidas não medicamentosas como fisioterapia, controle de peso e fortalecimento muscular.
Sentir dor todos os dias não precisa ser parte da sua rotina. Com orientação de um bom profissional, é possível aliviar os sintomas, retomar o movimento e viver com mais leveza. Você merece esse cuidado — e não está sozinho nessa jornada.
E se você gostou do artigo e quer saber mais sobre o assunto, assista ao vídeo “5 remédios que podem piorar a Artrose!!!”: https://www.youtube.com/watch?v=_-f9wHlEGzI&t=6s.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
WOBER, W. Comparative efficacy and safety of nimesulide and diclofenac in patients with acute shoulder, and a meta-analysis of controlled studies with nimesulide. Drugs, v. 57, supl. 1, p. 25–32, 1999. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/10369404/. Acesso em: 24 jun. 2025.