Você sente dores no joelho ao caminhar, subir escadas ou até mesmo em repouso? Seu joelho trava, incha e te impede de ter uma vida normal? Isso pode ser um sinal de artrose, uma condição que afeta milhões de pessoas e pode impactar diretamente sua qualidade de vida. Mas calma, entender a artrose no joelho é o primeiro passo para lidar melhor com ela!
Aqui te explicarei tudo o que você precisa saber: o que causa essa doença, quais são os sintomas, os melhores tratamentos disponíveis e como você pode aliviar a dor e proteger suas articulações.

COMO FUNCIONA O JOELHO
ANTES DE FALAR MAIS SOBRE ARTROSE, VAMOS VER COMO O JOELHO FUNCIONA?
O joelho é uma articulação onde se encontram a porção final do fémur (chamamos de côndilos) com a porção inicial da tíbia (chamamos de planalto tibial). O final de cada osso é coberto com cartilagem que tem uma superfície lisa e escorregadia que permite que as extremidades dos ossos se movam uma contra a outra quase sem atrito e distribuindo o peso.
Para que a cartilagem não fique sobrecarregada, existem dois anéis adicionais de fibro-cartilagem entre os ossos chamada de meniscos, cuja principal função é a de aumentar a congruência articular, ou seja, proporcionar estabilidade e amortecer impactos. Sem eles, a pressão na cartilagem tornaria-se excessiva e ela desgastaria mais rapidamente.
A articulação permite que os ossos se movam livremente, mas dentro dos limites. Dizemos em ortopedia que o joelho é a articulação mais complexa do corpo por possuir 7 eixos de movimento. Além disso, é a maior articulação do corpo.
Além disso, ela precisa ser forte o suficiente para aguentar nosso peso e deve travar na posição para que possamos ficar em pé. Mas também tem que agir como uma dobradiça para que possamos andar e devemos suportar tensões extremas, voltas e reviravoltas, como quando corremos ou praticamos esportes.

Além da cartilagem e dos meniscos, o joelho é mantido no lugar por quatro grandes ligamentos. Estes impedem que os ossos se movam nas direções erradas ou se desloquem.
Os músculos da coxa também ajudam a manter a articulação do joelho no lugar. Eles estão ligados aos ossos por fortes tecidos conectores chamados tendões. Estes tendões correm em ambos os lados da articulação, que também ajudam a mantê-lo no lugar. Quando seus músculos contraem, eles encurtam, fazendo com que a articulação se mova.
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Os músculos do quadríceps (parte anterior da coxa) e os músculos isquiotibiais (parte posterior da coxa) são importantes para a estabilização da articulação do joelho.


Na frente do joelho, a patela (rótula) é fixada firmemente no meio do grande tendão que une os músculos da coxa (quadríceps) ao osso logo abaixo da articulação do joelho na frente dos ossos da canela. A articulação é circundada por uma membrana (a sinóvia) que produz uma pequena quantidade de líquido sinovial, o que ajuda a nutrir a cartilagem e a lubrificar a articulação.
O QUE É A ARTROSE
A artrose, também conhecida como osteoartrite, é uma doença degenerativa das articulações, caracterizada pela perda gradual da cartilagem que funciona como uma almofada entre os ossos. Esse desgaste pode ocorrer por diversas razões, incluindo:
- Reação Inflamatória Crônica: Uma condição chamada sinovite artrítica pode contribuir para a degeneração da cartilagem.
- Doenças Subjacentes: Condições como artrite reumatóide, gota e depósitos de microcristais podem acelerar o processo de degeneração articular.
- Lesões Preexistentes: Pessoas que passaram por cirurgias ortopédicas ou que perderam partes da cartilagem, como o menisco, estão em maior risco de desenvolver artrose.

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Com o desgaste da cartilagem, o osso sob a cartilagem reage ficando mais espesso e se tornando mais amplo e todos os tecidos na articulação tornam-se mais ativos do que o normal – como se seu corpo estivesse tentando reparar o dano. O osso na borda da articulação cresce para fora, formando esporões ósseos chamados osteófitos, o que leva a uma maior limitação de movimento e dor.

Segundo a organização mundial da saúde (OMS), a artrose é a doença mais prevalente na população mundial, acometendo 70 a 80% das pessoas acima de 60 anos.
Por ser considerada uma doença inflamatória, alguns processos ocorrem na artrose. Por exemplo:
- A sinóvia pode inchar e produzir fluido extra, o que faz com que a articulação inche. Isso é chamado de inchaço do joelho ou popularmente como água no joelho.
- A cápsula e os ligamentos engrossam lentamente e se contraem como se estivessem tentando estabilizar a articulação. Essas mudanças em torno da articulação são em parte o resultado do processo inflamatório e em parte a tentativa do seu corpo para reparar o dano. Em muitos casos, os reparos são bem sucedidos e as mudanças dentro da articulação não causam muita dor ou, se houver dor, é leve e pode ir e vir.
- No entanto, em outros casos, o reparo também não funciona e o joelho fica danificado. Isso leva à instabilidade e à sobrecarga de peso em outras partes da articulação, o que pode fazer com que os sintomas se tornem gradualmente piores e mais persistentes com o passar do tempo.
O QUE CAUSA A ARTROSE NO JOELHO?
São diversos os fatores que levam ao desenvolvimento da artrose. Dentre eles, podemos citar:
SEXO
A artrose no joelho é duas vezes mais comum em mulheres do que em homens, principalmente em mulheres com mais de 50 anos. Isso ocorre por fatores anatômicos, como, por exemplo, o valgo dinâmico e também a fatores hormonais, como a queda do estrógeno presente na menopausa. Sabe-se hoje que o estrogênio é um dos fatores protetores da cartilagem e com a sua queda durante esse período, a mulher fica mais exposta ao processo de artrose.
O joelho valgo pode causar artrose porque desloca o eixo de carga do joelho para fora, aumentando a pressão na parte externa da articulação. Isso sobrecarrega a cartilagem, que pode desgastar e evoluir para artrose.

OBESIDADE
O excesso de peso é um fator importante para causar osteoartrite, especialmente no joelho. Isso ocorre devido a sobrecarga nesta articulação e também ao processo inflamatório crônico sistêmico gerado pelo excesso de peso. Sabe-se hoje que a gordura armazenada na parte abdominal estimula cascatas inflamatórias crônicas no nosso organismo e, isso, pode gerar danos teciduais importantes, inclusive da cartilagem.
LESÕES PRÉVIAS NAS ARTICULAÇÕES
Lesões prévias como ruptura de ligamento cruzado anterior (LCA), ou lesões meniscais, causam reações inflamatórias importantes que levam a degradação da cartilagem. O chamado mau uso articular, envolvendo atividades muito duras e repetitivas ou trabalhos fisicamente exigentes podem aumentar o risco de artrose. Um exemplo clássico é a figura de um jogador profissional de futebol que chega aos 40 anos de idade com diversos problemas nos joelhos devido a entorses (torções) frequentes e microtraumas de repetição (impactos excessivos), o que levam ao surgimento precoce da artrose.
CIRURGIAS PRÉVIAS
Diversos estudos mostram que quanto maior o número de cirurgias no mesmo joelho, maior a chance do desenvolvimento da artrose, principalmente nas pessoas que foram submetidas a cirurgia para remover meniscos lesionados (meniscectomia) ou naquelas submetidas a reconstrução do ligamento cruzado por mais de uma vez.
Os meniscos funcionam como amortecedores, eles atuam absorvendo impactos e ajudando a distribuir o peso do corpo sobre a articulação do joelho. Além disso, permitem a estabilidade articular.

FATORES GENÉTICOS
Fatores genéticos têm sido estudados e parecem desempenhar um papel importante na artrose no joelho. Em tese, se você tem um pai, irmão ou irmã com artrose no joelho, então você terá uma chance maior de desenvolver artrose.
OUTRAS DOENÇAS ARTICULARES
A artrose pode também ser resultado de danos causados por diferentes tipos de doença articulares mais raras, como a gota, por exemplo, ocorrida em anos anteriores. Isso ocorre principalmente devido ao processo inflamatório desencadeado pela doença, que é um dos pilares para o desenvolvimento da artrose.

SINTOMAS DA ARTROSE
Como dito acima, a artrose é uma doença inflamatória crônica progressiva e os sinais e sintomas vão aparecendo e se intensificando aos poucos, sendo os principais:
- Dor progressiva que piora após esforço físico.
- Rigidez articular, especialmente em dias frios.
- Dificuldade de locomoção, principalmente em terrenos íngremes e ao subir ou descer escadas.
- Deformidades no joelho, como geno varo (“joelho de cowboy”) ou geno valgo (“joelho em X”).
- Perda do arco de movimento, dificultando dobrar ou esticar completamente o joelho.
- Inchaço no joelho (“água no joelho”), que pode ser duro (osteófitos) ou macio (excesso de fluido na articulação).
- Falseio articular, causado pela insuficiência dos ligamentos devido ao desalinhamento do joelho.
- Fraqueza muscular progressiva, especialmente no quadríceps, dificultando atividades como descer escadas.
“DRº, SERÁ QUE EU TENHO ARTROSE?”
Esta é uma pergunta frequentemente feita no consultório e a resposta depende sempre da somatória dos sinais de sintomas do paciente e do nível de conhecimento científico e do bom senso do médico.
É importante ressaltar aqui que toda articulação de nosso corpo vai envelhecer e que alterações degenerativas estarão SEMPRE PRESENTES nos exames de imagem. No entanto, é importante correlacionar o quadro clínico do paciente e o exame físico para fechar o diagnóstico.
Infelizmente, é muito comum recebermos no consultório pacientes tristes porque passaram em profissionais da saúde que lhes disseram possuírem artrose. Mas nem sempre é o diagnóstico correto, pois, muitas vezes, estes pacientes possuem alterações radiográficas compatíveis com suas idades, ou seja, são fisiológicas e suas queixas nada tem a ver com a imagem.
Por este motivo, o exame físico ortopédico direcionado ao joelho e articulações adjacentes, principalmente ao quadril é de extrema importância.
Só podemos dizer ao paciente que ele ou ela possuem artrose quando existe degeneração avançada da articulação, associados aos sinais e sintomas descritos acima e a comprometimento da qualidade de vida.
DIAGNÓSTICO DA ARTROSE
O diagnóstico da artrose pode parecer simples, mas na verdade não é. A doença pode começar de várias maneiras e pode ser difícil de reconhecer. Pode aparecer lentamente e ser leve, ou pode começar de repente e causar dor intensa que surge dentro de algumas horas.
Os sinais e sintomas podem ir e vir com o tempo. Pode causar problemas clássicos de dor nas articulações, inchaço e rigidez, ou pode causar problemas de saúde que parecem não relacionados, como fadiga ou erupção cutânea.
Os primeiros sinais da artrose podem ser confundidos com uma lesão ou o resultado de uma atividade “excessiva”.
De qualquer forma, se você está tendo sintomas articulares e está se perguntando: “Eu tenho artrose?”, você deve consultar um médico experiente e bem treinado.
COMO A ARTROSE É DIAGNOSTICA?
Como dito anteriormente, a artrose é diagnosticada com base em seus sintomas e nos sinais físicos que o médico encontra ao examinar sua articulação, por exemplo:
- Sensibilidade sobre a articulação;
- Rangido ou ranger da articulação (crepitação);
- Inchaço ósseo;
- Excesso de fluido;
- Movimento restrito;
- Instabilidade articular;
- Fraqueza;
- Afinamento do músculo da coxa.
- Além disso, sempre examinamos o paciente em pé, procurando assimetrias e deformidades. É muito importante ver o paciente andar, avaliando se existe instabilidade.
Pessoalmente, considero de suma importância a função muscular, pois o fortalecimento previne o agravo da doença.
O estudo de imagem deve sempre ser iniciado pelo Raio X em pé (chamamos de Raio X ortostático). Com ele, conseguimos ver se existe redução do espaço articular (pinçamento).
A radiografia abaixo mostra os graus de evolução da artrose do joelho.

A Ressonância magnética traz também alguns detalhes importantes como a extrusão meniscal (quando o menisco sai do lugar original), a quantidade de líquido articular e o edema ósseo, sendo este, muitas vezes, tratado através de procedimentos minimamente invasivos como a sub condroplastia.
Por fim, é muito importante que todas as doenças reumáticas sejam descartadas, principalmente as auto-imunes através dos sinais e sintomas e das provas reumáticas no exame de sangue e do líquido articular do joelho puncionado no consultório.
TRATAMENTO DA ARTROSE
O rol do tratamento da artrose no joelho é muito amplo. Deve começar com os passos mais básicos e progredir para o mais invasivo, possivelmente incluindo a cirurgia.
TRATAMENTO CONSERVADOR
O tratamento não cirúrgico da artrose deve começar sempre com modificações de estilo de vida. Algumas mudanças em sua vida diária podem proteger sua articulação do joelho e retardar o progresso da doença. Isso inclui controle do peso, manutenção da força através de exercícios prescritos em conjunto pelo médico e educador físico.
O ciclismo é uma atividade de baixo impacto para a articulação do joelho e, por isso, é uma ótima estratégia para evitar a progressão da artrose.

Hábitos saudáveis simples do dia a dia como redução da ingestão de bebidas alcoólicas e exercícios regulares e sem exagero como caminhadas, natação, hidroginástica, pilates e danças ajudam na atuação do papel de enzimas anti-inflamatórias dentro do joelho, protegendo-o. Mudar de atividades de alto impacto (como a corrida ou tênis) para atividades de menor impacto (como natação ou ciclismo) reduzem o estresse no seu joelho.
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FISIOTERAPIA
Envolve a aplicação de recursos analgésicos como o laser, ultrassom e TENS e, ao se obter alívio da dor, progride no ganho de força muscular.
MEDICAMENTOS
ANALGÉSICOS E ANTI-INFLAMATÓRIOS
Existe uma enorme gama de medicações destas classes que podem ser utilizados na artrose, mas, é importante ressaltar que, por possuírem muitos efeitos colaterais como úlceras gástricas, gastrites, redução da função renal, devem ser utilizados com muita cautela e por um curto período de tempo.
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MEDICAÇÕES MODIFICADORAS DA ARTROSE
São os chamados nutracêuticos. Esta classe inclui a glicosamina e condroitina, o colágeno, magnésio, garra do diabo, entre outros.
COMO OS NUTRACÊUTICOS AGEM NA CASCATA INFLAMATÓRIA DA ARTROSE?
Um dado importante sobre os nutracêuticos de uso articular é que eles agem na chamada cascata inflamatória da doença cartilaginosa, conhecida na medicina como sinovite, uma inflamação crônica dentro das articulações que, a longo prazo, derrota a articulação, levando à degeneração e, eventualmente, à artrose. Atualmente, o estudo da artrose está focado justamente nessa ocorrência inflamatória e na sua redução. Isso modifica a evolução da doença.
GLICOSAMINA
A glicosamina, por exemplo, foi amplamente estudada nos últimos 20 anos e as evidências científicas mais robustas apontam que ela não funciona. Tanto a Associação Americana de Cirurgiões Ortopédicos quanto a Sociedade Internacional de Osteoartrite recomendam não utilizar essa substância. Cabe ressaltar que a Glicosamina é um produto sintético e, com isso, pode causar vários efeitos colaterais, como por exemplo o aumento glicêmico, ou seja, o aumento da concentração de açúcar no sangue e, por isso, não deve ser utilizado por pacientes diabéticos.
E O COLÁGENO TIPO 2?
O colágeno é uma proteína estrutural essencial para diversos tecidos do corpo. Existem 12 tipos de colágeno, sendo o tipo 2 o mais prevalente na cartilagem. Comercialmente, ele pode ser encontrado nas formas hidrolisada e não hidrolisada.
Estudos indicam que o colágeno não hidrolisado pode reduzir a inflamação dentro da articulação, levando a uma melhora de 33% a 40% nos sintomas, como dor e mobilidade. Também há redução no uso de analgésicos de resgate. Quando comparado à glicosamina e condroitina, o colágeno tipo 2 apresenta melhores resultados.
No entanto, seu uso deve ser racional, pois é um tratamento caro, pode ter efeitos colaterais e ainda carece de mais evidências científicas robustas. Ele nunca deve ser utilizado como monoterapia (único tratamento), mas sim associado a outras abordagens.
INFILTRAÇÕES NO JOELHO
Infiltração com Cortisona
- Inicialmente usada para reduzir a inflamação e retardar a progressão da doença.
- Estudos mostraram que o uso repetitivo pode ser prejudicial à cartilagem.
- Atualmente, versões mais seguras, como a triancinolona, são utilizadas.
- O procedimento geralmente inclui a retirada do líquido sinovial antes da aplicação.
Viscossuplementação (Ácido Hialurônico)
- Utilizado há mais de 20 anos para lubrificação e proteção da cartilagem.
- Produtos evoluíram e variam em peso molecular, concentração e associações com outras substâncias (sorbitol e manitol).

É importante ressaltar que, as suas indicações variam por idade e grau da artrose.
TRATAMENTO CIRÚRGICO
Em geral, a cirurgia é indicada quando a dor é muito grave ou todos os sintomas progrediram, apesar do tratamento não cirúrgico.
As cirurgias para a artrose são divididas em minimamente invasivas e cirurgias abertas ou tradicionais.
TÉCNICAS MINIMAMENTE INVASIVAS
ARTROSCOPIA
Consiste em inserir a câmera dentro do joelho através de 2 ou 3 furinhos, que chamamos de portais. Nesta cirurgia, realizamos uma limpeza articular (toalete), com remoção do tecido inflamatório e de osteófitos (bicos de papagaio).

Tem indicação principalmente nos casos intermediários, principalmente em pacientes mais jovens e possui taxa de sucesso entre 50 a 60% dos casos, mesmo que provisória.
SUBCONDROPLASTIA
Técnica relativamente nova recém-chegada ao Brasil, na qual se infunde cimento ósseo na área mais fragilizada do osso sobrecarregado pela artrose. Tem indicação principalmente para as artroses em um ponto só do joelho (mono-compartimentais), principalmente naquelas pessoas acima dos 40 anos que foram submetidas a retirada de meniscos ou partes desse.

TÉCNICAS TRADICIONAIS / CIRURGIAS ABERTAS
OSTEOTOMIA
A osteotomia do joelho tem indicação para pacientes abaixo dos 60 anos de idade que possuem artrose em um ponto só do joelho (mono-compartimentais). Visa o que chamamos de mudança de eixo, ou seja, fazer com que o peso deixe de passar na área doente do joelho e seja jogado para a área sadia. Nesta cirurgia, realiza-se corte tanto no fêmur, quanto na tíbia, insere-se uma placa.
Divide-se em osteotomia valgizante: joelho do cowboy (varo) passa a ser em X (valgo) e osteotomia varizante: joelho em x(valgo) passa a ser do cowboy (varo).

Abaixo, as duas técnicas de osteotomia – No exemplo da figura, ambas realizadas na tíbia para correção do joelho VARO. As mesmas técnicas podem ser aplicadas no fêmur, e também para correção do joelho VALGO.

PRÓTESE TOTAL DO JOELHO
Trata-se do procedimento tradicional, onde toda a articulação do joelho é substituída, tanto no fêmur, quanto na tíbia, quanto na patela. A cirurgia é indicada em estágios finais da doença, tradicionalmente em mulheres acima dos 60 anos homens acima dos 70 anos e é realizada por via aberta tradicional, através de cortes ósseos.

Quando bem indicada, bem executada e bem reabilitada, traz grande melhoria da qualidade de vida do paciente, voltando a tornar-se ativo(a), reduzindo os riscos das doenças ligadas ao sedentarismo como o infarto agudo do miocárdio, hipertensão, diabetes, câncer e depressão.
PREVENÇÃO DA ARTROSE NO JOELHO
Hoje existe um consenso mundial acerca da prevenção do surgimento e do agravo da artrose. Isso envolve:
MANTER UM PESO SAUDÁVEL
O excesso de peso aumenta a pressão sobre os joelhos. Com o tempo, isso contribui para desgastar a cartilagem. A gordura extra também pode fazer com que o corpo produza citocinas, um tipo de proteína inflamatória, especialmente a temida interleucina 6 (IL-6). Isso pode levar a uma inflamação generalizada e pode alterar a maneira como as células da cartilagem funcionam, aumentando o desgaste articular.
CONTROLAR O NÍVEL DE AÇÚCAR NO SANGUE
Altos níveis de glicose podem afetar a estrutura e a função da cartilagem, e o diabetes aumenta o risco de inflamação e perda de cartilagem. Acredita-se que mais de 50% das pessoas com diabetes também têm artrose.
EXERCÍCIO REGULAR
O exercício moderado pode ajudar as articulações a permanecerem flexíveis, fortalecer os músculos que sustentam os joelhos e reduzir o risco de muitas condições de saúde. Hoje, recomendamos caminhar e nadar por 30 minutos de três a cinco vezes por semana. Qualquer pessoa que não tenha se exercitado por um período prolongado, possivelmente devido a dificuldades com a mobilidade, deve consultar um profissional médico sobre como começar. O exercício regular está ligado à secreção de interleucinas boas, as anti-inflamatórias, principalmente as interleucinas 4 e 10, que protegem o joelho.
EVITAR O QUE CHAMAMOS DE MAL USO ARTICULAR
Alguns esportes ou profissões envolvem movimentos repetitivos da articulação do joelho, como ajoelhar ou agachar. Esportes de muito impacto, subir e descer muitas escadas e agachar-se demais predispõem ao surgimento da doença, especialmente nos que estão acima do peso.
REALIZAR SEMPRE UMA AVALIAÇÃO PRÉ-PARTICIPATIVA
Apesar de não ser muito popular no Brasil, a avaliação pré-participativa, consiste em uma consulta com o médico do esporte ANTES que a pessoa ingresse na atividade física. Nesta avaliação, é avaliada a saúde, a flexibilidade musculares, problemas articulares e prescrevemos a periodização de exercícios para que a pessoa consiga ingressar nos esportes e não tenha lesão.
Para um tratamento seguro e eficaz da artrose, é fundamental contar com a orientação de um profissional experiente, que avalie seu caso de forma individualizada e indique as melhores opções para preservar suas articulações e qualidade de vida.
E se você se interessou e quer saber mais sobre o assunto, assista ao vídeo “Tudo sobre a Artrose” no PodCast Joelho no Ar: