Síndrome da banda ou do trato iliotibial (SABI) é uma condição comum que causa dor lateral no joelho em diversos esportes, principalmente entre corredores, com uma taxa de incidência relatada de 1% a 12%.
Historicamente, a lesão foi descrita pela primeira vez em 1975 como uma condição que afetava os fuzileiros navais da ativa. Posteriormente, passou a ser descrita nos esportes de movimentos cíclicos como a corrida, o ciclismo e em treinamento resistido como na musculação.
Como acontece a síndrome da banda iliotibial?
Sua gênese envolve a fricção da banda iliotibial no côndilo femoral lateral durante a extensão e flexão repetitivas do joelho, principalmente nos portadores do chamado joelho varo, ou joelho de cowboy. Em algumas regiões do Brasil, conhecido como “pernas cambotas”.
Portadores do joelho do corredor frequentemente se queixam de dor durante a atividade e apresentam crepitação (sensação de área) palpada em uma área externa do joelho chamada de côndilo femoral lateral durante a flexão e extensão da atividade física.
Inicialmente, os sintomas incomodam apenas após determinado tempo do início da atividade física, posteriormente para atividades da vida diária como dirigir, usar salto alto, caminhar e descer escadas.
Tratamento da síndrome da banda iliotibial
O manejo não operatório deve ser sempre a primeira escolha e tem altíssimo índice de sucesso, geralmente consistindo em descanso das atividades que estimulam a dor e fisioterapia baseada na liberação miofascial e fortalecimento do músculo glúteo médio do quadril, seguido de retorno gradual às atividades toleradas com ganho progressivo de volume e intensidade.
No entanto, se os sintomas persistirem por mais de 6 meses, apesar dessas medidas conservadoras, alguns pacientes podem precisar de intervenção cirúrgica para obter alívio da dor e retornar aos níveis de atividade pré-lesionais.
Estudos recentes mostram que, ao alongar cirurgicamente a banda iliotibial, obtém-se alívio satisfatório da dor e rápido retorno à atividade.
Embora existam técnicas cirúrgicas para esta condição particular publicadas, recentemente uma técnica minimamente invasiva por vídeo-artroscopia tem se tornado popular entre cirurgiões de joelho que tratam atletas.
No período pós-operatório não se recomenda imobilização e o paciente utiliza um par de muletas pelo período de 15 dias, época na qual os pontos são retirados.
A fisioterapia é progressiva e envolve recursos de analgesia e ativação muscular, inicial ganho de amplitude de movimento e início de trabalho de fortalecimento.
A seguir, o paciente inicia um trabalho de ganho de massa muscular que, após 60 dias, é avaliado através da dinamometria de força ou do teste isocinético.
Todo e qualquer déficit é sempre tratado agora e o retorno ao esporte realizado após testes funcionais com ganho progressivo de volume e intensidade.
A técnica tem sido utilizada no mundo todo e os resultados têm sido encorajadores com índice de recidiva muito próximo a zero.
Confira esse vídeo sobre o assunto no meu canal: