Por décadas, a medicina trabalhava sob a premissa de que a cartilagem articular, especialmente a cartilagem hialina, não se regenerava. Regeneração de cartilagem era um “sonho” inalcançável, tornando patologias como a Artrose, praticamente sem esperanças que não fossem cirúrgicas.

Essa concepção limitava as opções terapêuticas de pacientes com lesões condrais , como condromalácia patelar ou mesmo a Artrose. restringindo os tratamentos a abordagens paliativas como infiltrações com ácido hialurônico ou cirurgias, que tinham resultados inferiores à cartilagem original.

Entretanto, a ciência avançou. Hoje a regeneração de cartilagem é uma REALIDADE!

E agora, temos uma técnica altamente promissora e que pode trazer de volta, a qualidade de vida para muitas pessoas!

Trata-se da técnica CaReS‑1S – Cartilage Repair System One-Step.

Ela surge como uma alternativa promissora, com base em regeneração real da cartilagem, realizada em etapa única, com respaldo científico e aplicabilidade clínica concreta.

O que é o CaReS‑1S?

O CaReS‑1S é um implante biológico de colágeno tipo I, em hidrogel 3D, desenvolvido na Áustria. Sua proposta é muito clara: promover regeneração da cartilagem articular hialina de forma estruturada e duradoura.

Esse implante é composto por colágeno tipo I extraído da cauda de ratos de laboratório, com 99,8% de pureza, superando o colágeno bovino ou suíno (92%). A elevada pureza assegura compatibilidade biológica e redução do risco de reações adversas. O gel é moldável, possui espessura de 4 a 6 mm e simula um “colchão” estruturado que preenche a área lesionada e promove um microambiente propício à regeneração celular.

De forma geral, esta é uma estratégia de regeneração de cartilagem, baseada na tecnologia usada na infiltração com hidrogel, que já uso em ampla escala, aqui no Instituto Esparta. E o melhor, com vários resultados excelentes!

Como funciona a regeneração de cartilagem baseada em hidrogel?

A técnica consiste na aplicação direta do hidrogel de colágeno sobre a lesão cartilaginosa, sem necessidade de perfurações ósseas, cultura de condrócitos ou fixação por sutura. Ou seja, muito menos invasivo e com alto potencial de regeneração cartilaginosa.

A consistência firme, similar a um disco ortopédico compacto, permite fixação por pressão (“press-fit”) em lesões menores ou com cola de fibrina em áreas maiores.

O implante é fornecido em potes refrigerados e está disponível em diferentes diâmetros (11, 22 e 34 mm) e alturas (4 e 6 mm), adaptando-se às características individuais da lesão.

A matriz atua como uma estrutura de suporte tridimensional, permitindo que células autólogas migrem e se fixem, iniciando o processo regenerativo.

A literatura médica já demonstra que o tecido regenerado expressa colágeno tipo II – característica típica da cartilagem hialina – sem presença de colágeno tipo I, comum em tecido fibroso, e sem cicatrizes estruturais.

Para quem esta técnica é indicada?

As principais indicações da técnica incluem lesões cartilaginosas grau III e IV em articulações como o joelho, quadril e tornozelo, com até 8 cm² de área lesada.

O perfil de paciente mais beneficiado envolve:

  • Mulheres acima dos 40 anos, com condromalácia patelar associada à menopausa e queda dos níveis de estrogênio;
  • Atletas (amadores e profissionais), especialmente com lesões agudas ou sobrecarga crônica;
  • Indivíduos com desalinhamentos mecânicos do joelho ou sobrepeso, contribuindo para desgaste cartilaginoso precoce.
  • Pacientes com Artrose, em graus iniciais.

Ao intervir precocemente no processo degenerativo, o CaReS‑1S busca interromper a progressão para artrose, oferecendo uma solução definitiva antes que haja comprometimento do osso subcondral.

Evidência científica

Apesar de recente no Brasil, o CaReS‑1S possui respaldo em publicações internacionais relevantes. Estudos publicados nas revistas International Orthopaedics e Knee Surgery, Sports Traumatology, Arthroscopy apontam taxas de sucesso superiores a 90%, com regeneração estável do tecido por até 4 anos.

Mais especificamente, uma análise longitudinal demonstrou que 93% dos pacientes apresentaram cartilagem funcional com expressão significativa de colágeno tipo II e ausência de colágeno tipo I após quatro anos.

Estudos da estrutura da cartilagem, após esta técnica, mostraram ausência de fibrose e integridade tecidual, corroborando a regeneração de cartilagem hialina real, e não de fibrocartilagem.

Estes achados elevam o CaReS‑1S a um novo patamar de confiabilidade clínica.

Além disso, estudos clínicos multicêntricos comparando técnicas tradicionais de microfratura e MACE (implante autólogo de condrócitos) apontam maior previsibilidade, menor tempo de cirurgia e recuperação mais rápida com o CaReS‑1S.

Vantagens em relação às técnicas tradicionais

Atualmente, quando pensamos na regeneração cartilaginosa, técnicas como microfratura, mosaicoplastia e implante de condrócitos são bastante usadas.

Mas essas abordagens, apesar de eficientes em vários cenários, apresentam limitações:

  • Microfraturas exigem perfuração do osso subcondral e resultam frequentemente em fibrocartilagem;
  • A mosaicoplastia depende de enxertos osteocondrais retirados do próprio paciente, gerando morbidade no local doador;
  • O implante autólogo de condrócitos envolve duas ou mais cirurgias, além de custos laboratoriais elevados.

Já quando pensamos na regeneração de cartilagem, baseada no hidrogel, temos:

  • Procedimento em etapa única;
  • Redução da morbidade cirúrgica;
  • Ausência de cultura celular;
  • Menor tempo de internação e recuperação;
  • Elevada pureza e biocompatibilidade do colágeno;
  • Regeneração hialina real, comprovada por biópsias e exames de imagem.

Como é o pós-operatório e reabilitação da regeneração de cartilagem, baseada no hidrogel?

A recuperação após a cirurgia da regeneração de cartilagem, baseada no hidrogel (CaReS‑1S) segue um protocolo progressivo:

  • Primeiras 6 semanas: restrição de carga na articulação operada;
  • A partir da 6ª semana: introdução de fisioterapia e fortalecimento progressivo;
  • 3 a 6 meses: retorno gradual à prática de atividades físicas, de acordo com o quadro clínico.

Os pacientes relatam menos dor pós-operatória, recuperação mais rápida e reinserção funcional mais precoce que as técnicas tradicionais.

Produção nacional e perspectivas futuras

A Cath Care, empresa brasileira responsável pela distribuição do CaReS‑1S, atualmente importa o produto. Contudo, há planos concretos de nacionalização da produção, com instalação de uma planta em Limeira (SP) por meio de transferência de tecnologia. Isso pode reduzir custos, ampliar o acesso e consolidar o Brasil como polo de inovação em medicina regenerativa.

Além disso, o aumento da divulgação científica e o engajamento de sociedades médicas poderão acelerar a incorporação da técnica aos protocolos clínicos de instituições públicas e privadas.

Impacto para a medicina do esporte

O CaReS‑1S representa uma revolução para atletas e praticantes de atividade física que sofrem lesões cartilaginosas Ao oferecer um tratamento curativo – e não apenas sintomático – é possível interromper o ciclo de dor e limitação funcional. Isso prolonga a vida esportiva, reduz o uso de medicações e postega, em muitos casos, a necessidade de artroplastias totais.

Em especial para esportes com alta carga de impacto como corrida, futebol, tênis e crossfit, o CaReS‑1S permite preservar a função articular com menor risco de reincidência ou agravamento.

Conclusão

A regeneração cartilaginosa não é mais um sonho. É uma realidade, para diversos casos!

Com o avanço da bioengenharia e da medicina regenerativa, o CaReS‑1S inaugura uma nova era no tratamento de lesões condrais, aliando ciência, inovação e aplicabilidade prática.

Sua proposta de aplicação única, regeneração de cartilagem hialina e eficácia sustentada coloca o produto como uma das soluções mais modernas e promissoras da ortopedia contemporânea.

Quer saber mais sobre o Hidrogel? Veja este vídeo abaixo!

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