As lesões dos meniscos são muito frequente nos esportes, principalmente entre os atletas que praticam esportes de contato ou qualquer esporte que envolva torção do joelho. Rotura do menisco ou rupturas meniscais frequentemente ocorrem em conjunto com outras lesões no joelho – mais frequentemente junto com a lesão do ligamento cruzado anterior (LCA).

Rotura do Menisco

Os meniscos são estruturas fibro-cartilaginosas e têm basicamente a função de amortecer forças aplicadas ao joelho em todo o arco de movimento. Ou seja, quando você corre, pedala ou faz um drible jogando futebol, o menisco “amortece” e distribui melhor seu peso para que não haja sobrecarga na cartilagem articular.

Classicamente, quando lesionados, os meniscos causam sintomas característicos como dor bem localizada com períodos de alivio, e agravo a determinados movimentos como agachar e cruzar as pernas, inchaço, e bloqueio (travamento). É aquela dor na região de dentro ou de fora do joelho que tem períodos de melhoria e piora e que, muitas vezes, obriga o paciente a dormir com uma almofada entre as pernas.

Historicamente, o tratamento das lesões meniscais era a retirada de pedaços ou até mesmo de todo o menisco. Técnica denominada meniscectomia. Isso ocorria porque não se tinha ideia da importância do menisco para a função do joelho e de sua íntima relação com a cartilagem articular. O resultado destes procedimentos amplamente realizados, principalmente nos anos 90 e até a metade dos anos 2000, é de uma grande quantidade de pessoas com graus variáveis de artrose.

De lá para cá, o consenso mundial atual é de que deve-se ao máximo preservar o menisco em pacientes jovens com lesões extensas e nos casos em que há desvio de eixo (pernas tortas), pois estes casos podem evoluir mais rápido para degeneração (desgaste) e se tornarem de difícil tratamento. Isso especialmente em pacientes jovens que sofreram lesão traumática há pouco tempo.

O desenvolvimento de novas técnicas de sutura, incluindo fios e dardos absorvíveis facilitou muito a indicação do procedimento que hoje se estende a lesões localizadas em área de baixa vascularização (também chamada zona branca).

Hoje, a retirada de pedaços do menisco fica restrita a uma pequena parcela dos pacientes, principalmente aqueles que tem a chamada lesão degenerativa, comum em indivíduos com mais de 40 anos.

 

O Procedimento de Cirurgia após Rotura do Menisco

O procedimento cirúrgico após a rotura do menisco é feito por artroscopia, na qual o cirurgião visualiza e manipula a estrutura através de portais (pequenos furinhos da região anterior do joelho).

Cirurgia de Rotura do Menisco

Necessita de inúmeras técnicas, marcas e dispositivos de sutura para que seja realizada.

Ao terminar, o cirurgião testa a estabilidade do menisco. Estando firme, fecha-se os portais e inicia-se o período pós-operatório.

Cirurgia de Rotura do Menisco
Imagem mostra a sutura (costura) do menisco pela técnica inside-out.

 

Como é o período pós-operatório após cirurgia de rotura do menisco?

Costuma ser um pouco mais “chatinho” quando comparado à meniscectomia (limpeza meniscal) pelo fato de ser necessário manter o par de muletas pelo período de 6 semanas.

Neste período, o fisioterapeuta realiza a eletro-estimulação do músculo quadríceps, mantem o arco de movimento e analgesia. Após as 6 semanas, da-se sequência ao ganho de força e agilidade direcionados ao esporte, e o retorno às atividades físicas da-se de 4 a 6 meses.

Infelizmente, nos casos em que a cicatrização não ocorre, uma nova artroscopia é necessária para se retirar o fragmento lesionado, seguido da reabilitação tradicional e retorno ao esporte.

 

Referencias bibliográficas

  1. Fairbank, T.J. Knee Joint changes after Meniscectomy. J Bone Joint Surg 30B:4 664-671 1948;
  2. Fauno, P. and Nielsen, M.D. Arthroscopic Partial Meniscectomy: A Long-term Follow-up. Arthroscopy 8:3 345-349 1992;
  3. Arnoczky, S.P. and Warren, R.F. Microvasculature of the Human Meniscus. Am J Sports Med. 10:2 90-95 1982;
  4. Henning, C.H.m Lynch, M,A, et al. Arthroscopic Meniscal Repair Using an Exogenous Fibrin Clot. Clin. Orthop 252:65-72 March 1990;
  5. Dilworth Cannon, W. and Vittori, J.M. The Incidence of Healing in Arthroscopic Meniscal Repairs in Anterior Cruciate Ligament-Reconstructed Knees versus Stable Knees. Am J Sports Med. 20:2 177-181 1992;
  6. Tenuta, J.J. and Arciero, R.A. Arthroscopic Evaluation of Meniscal Repairs – Factors that effect healing. Am J Sports Med. 22:6 797-802 1994.

 

 

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16 Comentários

  1. estou com uma rotura complexa do menisco lateral.

    um derrame articular e um cisto no joelho.

    no meu caso, vai ser preciso fazer a cirurgia?

  2. Meu diagnóstico consta uma ruptura meniscal e formação de um cisto parameniscal de 3 cm no corno anterior esquerdo, fiz 20 sessões de fisioterapia( com compressas de gelo e tratamento de choques) porém não senti grande diferença, seria necessária a artroscopia?

  3. Meu esposo fés cirurgia de ligamento cruzado em 1985 e hoje ele está com 65 anos e está com muita dor joelho que fez a cirurgia.

  4. Bom dia Dr.

    Eu tenho 43 anos e fui diagnosticada com uma rotura radial do bordo livre do menisco medial através de uma RM.
    Será que necessito de uma cirurgia, ou têm tratamento não cirúrgico

    Obrigado

  5. Muito interessante está entrevista parabéns doutor por todo este conhecimento. Eu que acabei de sair de uma cirurgia de minisco gostei muito de ouvi-lo

  6. Existe algum caso que a cirurgia é indicada de forma objetiva?
    Tenho uma lesão complexa no menisco lateral, mas me foi indicado tratamento conservador.
    Vi que em casos de alças de balde quase sempre se resolve por meio de cirurgia. Em casos de lesão complexa no menisco lateral, tem alguma estatística que auxilie nesse estudo?

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