A condropatia patelar grau 4 é o nível mais elevado da doença.
A cartilagem é o tecido que reveste as extremidades dos ossos, na parte em que entram em contato com outros ossos e formam as articulações. Esse tecido protege agindo na absorção do impacto para que a movimentação dos ossos durante os exercícios aconteça de forma adequada.
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Com o decorrer da vida, vai ocorrendo desgaste devido à modificações a nível molecular e a capacidade de resistência, capacidade ativa e autorregulação do metabolismo das células da cartilagem vão diminuindo, naturalmente. Sobrecargas, traumas e lesões locais, aceleram esse processo de desgaste.
Para que haja lesão na cartilagem existem algumas condições do indivíduo que podem contribuir e essas são: a idade, peso, gênero, desgaste da cartilagem conforme atividade ou esporte realizado bem como lesões no joelho que podem se estenderem até mais fundo e chegarem na cartilagem.
Não como acontece em outros tecidos do nosso corpo, a cartilagem não tem a capacidade de cicatrizar e voltar à sua forma normal, regenerar, por isso uma lesão de cartilagem, a Condropatia (processo de adoecimento da cartilagem) pode ser tão prejudicial e ter um período maior para recuperação, necessitando de alternativas para o tratamento.
Portanto, a Condropatia Patelar é definida como a lesão da cartilagem dos ossos da patela em contato com o fêmur e a tíbia.
O que significa Grau 4 de Condropatia Patelar?
Para fins de classificação da extensão da lesão cartilaginosa, existem algumas subdivisões que vão desde o Grau 0 ao Grau 4 em que grau 0 é a cartilagem sem lesão e o grau 4 indica perda completa da cartilagem e exposição do osso subcondral (osso abaixo da cartilagem) em uma determinada área de alguma superfície articular.
Com mais detalhes, a Condropatia Patelar grau 4 em que a lesão foi mais grave no comprometimento da cartilagem que conseguiu destruir até chegar na região do osso, expondo-o, deixando-o desprotegido. As lesões podem ser focais e envolverem só uma pequena parte da cartilagem ou difusas, afetando uma grande área de superfície na patela. Dizemos que é monopolar se comprometer um lado da articulação e bipolar compromete os dois lados.
Há diferentes graus de condropatias.
Como o médico faz o diagnóstico da extensão da Condropatia?
A história da lesão com base no relato do paciente é de grande importância para as suspeitas iniciais do quadro. O início da dor, se está ou ficou inchado, localização, se há presença de estalos e rangidos, perda de força, a preservação do movimento para realizar as atividades diárias e/ou esportivas, são dados que, com a história clínica detalhada, ajudam no diagnóstico da Condropatia Patelar.
Existem alguns testes biomecânicos para avaliar as queixas citadas, como por exemplo os testes de avaliação excêntrica como é chamado para investigar a contração dos músculos adjacentes ao joelho. A avaliação da frouxidão do ligamento, pé plano ou algumas outras anomalias que estão relacionadas ao desgaste do joelho e consequentemente interferem na cartilagem também são avaliadas para chegar a etiologia.
Precisa fazer algum Exame de Imagem?
Em alguns casos será necessário lançar mão de Exames Complementares para melhor analisar a estrutura. Para identificar o grau da lesão condral, a Ressonância Magnética é um grande aliado, pois consegue mostrar com precisão as partes moles do joelho e o grau de condropatia, além de derrame articular (líquidos que acumulan dentro do joelho) e outras lesões que possam estar em todas estruturas do joelho.
A Artroscopia é o exame que chamamos de Padrão-Ouro e é o que confirma se há ou não lesão condral. É um exame já no centro cirúrgico em que o médico usa uma ferramenta chamada Artroscópio que possui uma câmera na sua extremidade e consegue chegar na cartilagem e avaliá-la olhando diretamente pela câmera ( a ótica do aparelho da artroscopia).
Quais são as opções de tratamento para a Condropatia Patelar Grau 4?
É sempre bom mencionar que o laudo da Ressonância Magnética por si só não significa uma gravidade ou sentença de tratamento. O médico sempre precisa avaliar cada caso, fazer uma boa anamnese e exame físico e avaliar o quanto aquela condição está afetando a vida do paciente para indicar o melhor tratamento de acordo com a demanda do paciente, o grau de atividade de função desse paciente no dia a dia, as expectativas desse paciente quanto à possibilidade de retorno ao esporte, o quanto esse paciente está disposto a ter comprometimento e seguir todas orientações médicas para ajudá-lo na recuperação. Tratar cartilagem não é uma tarefa fácil e exige um trabalho em equipe, do ortopedista, do fisioterapeuta, professor de educação física, nutricionista/nutrólogo (quando necessário e também outras especialidades) e principalmente, disciplina e empenho do próprio paciente.
Antes de adentrar à possibilidade do tratamento cirúrgico é preciso lançar mão do Tratamento Conservador:
- Viscossuplementação com infiltração de Ácido Hialurônico no joelho associada a uma boa fisioterapia
- Trabalho de fortalecimento articular e da musculatura adjacente
Quando mesmo com o tratamento conservador ainda não há melhora, ainda há perda da qualidade de vida do paciente com dor e demais sintomas, a cirurgia é considerada. Em casos de Trauma Agudo com lesões, por exemplo de Luxação Femoropatelar ou Entorse no joelho com lesão cartilaginosa também são consideradas as opções cirúrgicas.
Tratamento Cirúrgico
Exemplos mais praticados:
Micro-fraturas: costumam ser indicadas para pessoas que possuem um “tilt patelar” (alteração no eixo da patela), que não são muito ativas ou possuem mais que 45 anos.
A estimulação do osso será com uma ponta em forma de cone pontiagudo.
Em casos de microlesão, primeiro faz uma raspagem no local que está com o defeito, deixando um espaço de 3 a 5mm entre os furos. Nessa técnica a perfuração é de 3mm e é feita por meio do artroscópio.
Há a formação de um tecido cicatricial de colágeno tipo I que reduz a erosão da cartilagem.
Em pacientes mais jovens e ativos a indicação da Mosaicoplastia:
É uma boa opção para lesões com menos de 2cm² na patela. É o transplante do osso e cartilagem do próprio corpo para ele mesmo. Com um enxerto vindo de outra área do joelho que não está lesionada e onde não passa carga, é possível retirar plugs e preencher o local da lesão condral inicial.
A Membrana de Colágeno ou Condrogênese Induzida por Matriz Autógena também possui boas indicações para o mesmo perfil:
- Lesões osteocondrais de grau III e IV
- Trauma local
- Lesão entre 2cm² e 8cm²
- Jovens entre 18 e 40 e ativos fisicamente
Nessa técnica são feitas microfraturas por via aberta e não com o artroscópio. Coloca-se uma espécie de “folha de papel” para cobrir a estrutura. Essa membrana tem origem animal e o objetivo é estimular através de células-tronco mesenquimais a se transformarem em células cartilaginosas que produzem colágeno tipo II. Além disso, essa membrana ajuda a evitar o estresse mecânico da articulação.
Essas duas técnicas são bastante indicadas e demonstram resultados muito satisfatórios a longo prazo para os perfis de indicação, mas ainda existem várias outras que incluem transplantes, abrasão, mosaicoplastia, entre outras.
Vale salientar que a melhor técnica só será definida com base na história clínica e exame físico de cada paciente, por isso é tão importante cuidar das lesões condrais na patela com o médico ortopedista.
Para que você consiga visualizar melhor todo este cenário, veja este vídeo do meu canal no YouTube!
Possuo diagnóstico de condromalacia grau 4. E agora recebi diagnóstico de deslocamento de vertebra C3. Será que o primeiro problema citado foi o que contribuiu para esse deslocamento?
Não necessariamente.
Gostaria de saber se tem como substituir ou revestir toda área sem cartilagem da patela? Caso sim, qual o tempo de recuperação e se consigo praticar esporte como corrida e futebol novamente?
oi, Edinei.
Para te responder isso, precisaria te avaliar
Torci meu joelho colocando uma calça, a patela virou e voltou e fez um estalo. O laudo de RM deu condropatia femoropatelar grau IV, tendinopatia, cisto de backer, volumoso edema infrapatelar, hoffite. Tudo isso foi devido à entorse? Precisarei de cirurgia? Tenho 43 anos e 124 kilos.
Desde já, grata.
Para te responder isso , precisaria te avaliar
Doutor, a recomendação médica foi infiltração, o que vc acha?
* Meniscos com morfologia e sinal preservados.
* Ligamentos cruzados e colaterais íntegros.
*Ausência de derrame articular significativo.
* Erosões condrais profundas na faceta medial da patela e na tróclea femoral medial, notando-se
exposição cortical com tênue foco de edema subcondral na tróclea femoral medial.
*Demais estruturas ósseas e superfícies condrais preservadas.
*Tendões e ventres musculares preservados.
*Cisto poplíteo no recesso entre o gastrocnêmio medial e o semimembranoso.
COMENTÁRIO
* Condropatia femoropatelar com tênue foco de edema subcondral na tróclea femoral medial.
* Cisto poplíteo.
Praticamente me pediram pra não jogar mais futebol… aí deu uma desanimada…
oi, Edu.
Entendo a ansiedade que a lesão pode estar te causando, mas fica difícil eu emitir uma opinião sem ver teus exames e te EXAMINAR minuciosamente.
Se puder passar comigo, será um prazer poder te ajudar. O endereço e telefones do consultório sao:
Rua Bento de Andrade,103
Ibirapuera SP/SP
Tels. (11) 2507 9021/2507 9024
wzpp (011) 94006-5262
Bom dia, hoje peguei meu laudo e apresentou o seguinte:
Impressão diagnóstica:
– Condropatia patelar grau IV.
– Condropatia troclear grau IV.
– Espessamento de aspecto fibrocicatricial do ligamento colateral medial.
– Discreto derrame articular, sem sinais de sinovite.
oi, Jaime
o laudo da ressonância é emitido por um medico radiologista e é a parte final do diagnostico.
O medico assistentente deve EXAMINAR, solicitar o exame de imagem, ver as imagens e , ai sim ver o laudo.
Portanto, na duvida, consulte uma 2.a opiniao.