Muito se fala, atualmente, se a prática de esporte aumenta o desgaste da cartilagem. Contudo, primeiramente, precisamos entender os conceitos relacionados à essas atividades. Os benefícios que a prática de atividade física traz para a saúde são inegáveis, e essas vantagens vêm sendo demonstradas por meio de estudos médicos e científicos. Esses resultados positivos transformaram a forma que alguns tratamentos são conduzidos pelos médicos, como a redução de medicamentos para diabetes, antidepressivos e anti-hipertensivos.

Dentre os benefícios das atividades físicas, podemos citar:

  • Maior habilidade de concentração;
  • Melhor humor;
  • Evita o sobrepeso;
  • Aumento da confiança e do desempenho profissional;
  • Diminuição dos sintomas do estresse e da depressão;

Com o passar dos anos, essa cartilagem acaba envelhecendo de forma natural, e acaba acarretando o contato e atrito entre os ossos, causando a conhecida artrose (degeneração artrítica). Esse contato acaba causando muita dor, perda de mobilidade e inchaço, e pode ocorrer com qualquer pessoa, seja ela sedentária ou pratique esporte frequentemente. Quando a artrose vem do envelhecimento da cartilagem, em geral, a pessoa não sente nada e consegue inclusive praticar atividades físicas

O esporte aumenta o desgaste na cartilagem?

 

 

Antes de falarmos se o esporte aumenta o desgaste da cartilagem articular, é importante entender o conceito de “supercompensação”, muito discutido em medicina esportiva na atualidade. Segundo a teoria, a destruição de tecido que ocorre durante a prática esportiva, é compensada por uma reconstrução muito maior da matriz. Isso comprovadamente já acontece em muitos tecidos do corpo humano, como o cardíaco, respiratório e muscular. Mas a cartilagem está sujeita a essa mesma reconstrução? Segundo alguns estudos recentes, sim.

A prática do esporte teria um efeito de destruição na cartilagem (catabolismo) e o repouso adequado teria um efeito de regeneração (anabolismo) na cartilagem. Segundo estes estudos, a prática regular e moderada de esportes teria efeito condroprotetor sobre o tecido cartilaginoso.

 

esportes aceleram degeneracao articular miniatura

E falando em estudos, gostaria de destacar um realizado na universidade do Texas (Baylor College of Medicine), que foi recentemente apresentado na última reunião do American College of Rheumatology, há uma menor incidência de artrite em indivíduos que praticam corrida, de todas as idades, sexo, e tempo de prática.

O estudo ocorreu da seguinte forma: durante seus oito anos de duração, foram analisados dados de 2.683 indivíduos, que foram separados em 4 grupos etários (12 a 18, 19 a 34, 35 a 49, e acima de 60 anos). Foi realizado um acompanhamento através de radiografias e relatos de dor de cada participante, sendo repetido o exame após dois anos.

Com base nisso, 22,8% dos indivíduos que haviam praticado corrida em algum momento apresentaram artrose nos joelhos, e 29,8% dos que nunca praticaram também apresentaram. Os pesquisadores concluíram que a atividade física dentro dos limites contribui para a concentração de interleucinas nas articulações, o que pode garantir a redução da degradação da cartilagem.

Marcadores sanguíneos de destruição cartilaginosa

Há, atualmente, um grande debate médico e científico sobre os biomarcadores cartilaginosos, que são encontrados na urina e no sangue. Esses elementos podem demonstrar a quantidade de cartilagem que está apresentando degradação, fato comprovado por exames realizados em pessoas que já apresentam artrose (nesses indivíduos, a quantidade de biomarcadores cartilaginosos é maior).

Um estudo recente feito pelo grupo de traumatologia do esporte da Santa Casa de São Paulo, comprovou que a degradação de cartilagem entre atletas e corredores é maior, causando uma grande preocupação.

Com medo de desenvolver artrose precocemente, muitos atletas estão consumindo suplementos e medicamentos que prometem reduzir o desgaste da cartilagem, como a condroitina, colágenos, diacereína, glucosamina, etc. Entretanto, muitas dessas substâncias não possuem efetividade comprovada.

Um estudo francês chamado “Biovisco” submeteu os participantes à infiltração de joelho com ácido hialurônico, o que trouxe uma redução significativa dos biomarcadores comparativamente aos indivíduos que não receberam o tratamento. Com base nesses dados, o produto vem sendo aprimorado e otimizado.

Mas enquanto uma solução não é determinada, o que fazer?

Controle o peso, para reduzir o impacto nas articulações;
Fortaleça as articulações e alongue frequentemente;
Evite a sobrecarga trazida pelos treinos exagerados, que excedem seus limites fisiológicos.

 

Eu tratei mais sobre o tema de desgaste articular, neste vídeo do meu canal:

 

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