A Osteocondrite dissecante do joelho é uma doença bastante frequente na adolescência e é uma das principais causas de dor no joelho da criança e adolescente. Ocorre com maior frequência em meninos do que em meninas em uma proporção de 2 para 1.

Uma explicação para esse fato é que os meninos costumam ser mais ativos na infância do que as meninas. Essa doença costuma afetar adolescentes na fase do estirão e que são mais competitivas nos esportes. 

Crianças e adolescentes não têm a mesma sensação de fadiga e cansaço que um adulto. Esportes de salto e arremesso costumam estar os adolescentes com esse tipo de lesão, como o basquete, vôlei, ginástica artística. São crianças que já estão treinando e costumam evoluir com dor no joelho. 

OSTEOCONDRITE DISSECANTE DO JOELHO

POR QUE A OSTEOCONDRITE DISSECANTE DO JOELHO ACONTECE? 

A ciência ainda não consegue explicar totalmente porque isso acontece. Mas existem algumas teorias. 

  • A Teoria Traumática que são microtraumas de repetição que assim como no adulto, geraria torque anormal na cartilagem e geraria fragmentação da cartilagem. 
  • Existe uma Teoria Vascular em que o excesso de trauma e impacto na região poderia causar um certo “infarto” ósseo e o sangue não chegar na cartilagem, podendo causar a morte celular e a morte da cartilagem. 
  • A Teoria da Embolia Gordurosa que vem sendo descartada pela literatura. 

O QUE É A OSTEOCONDRITE DISSECANTE?

A osteocondrite dissecante do joelho é um defeito cartilaginoso localizado em algum ponto do joelho que vai gerar diversos sintomas no adolescente. 

QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA OSTEOCONDRITE DISSECANTE DO JOELHO?

Quando o adolescente chega no consultório, fazendo um exame físico completo e criamos as hipóteses diagnósticas com base no que eles nos contam, mas para fechar o diagnóstico nesse caso, o exame de imagem é bastante útil. 

A radiografia só é positiva e gera achado nas fases finais em que realmente já houve fragmentação e até o destacamento do fragmento. 

A tomografia também pode não detectar a doença logo no início. 

O exame padrão é a Ressonância Magnética. A RM possui algumas vantagens pois além de conseguir detectar a doença logo no começo, é possível classificar a doença entre Osteocondrite Benigna ou Maligna. 

Então, ao fazer o exame de Ressonância Magnética, espera-se encontrar a Osteocondrite em algum ponto do joelho. 

Existe uma CLASSIFICAÇÃO CLÁSSICA com relação à localização 

Sabemos que o côndilo medial, a região interna do joelho responde de 70 a 85% das ocorrências de osteocondrite. O côndilo externo ou lateral responde por 15%. A porção ínfero-central corresponde a 13%. A superfície anterior do joelho corresponde a 2% e a patela 7,5%. 

De uma maneira leiga e didática, classificamos a Osteocondrite Dissecante em Benigna ou Maligna e o que vai diferenciar entre uma e outra é a existência da soltura do fragmento. 

A doença em estágios iniciais e com fragmentos fixos, sem sinais de instabilidade – consideramos benigna. 

Na maligna, existem sinais de soltura e a fragmentação começa a ficar porosa e desmanchar dentro do joelho. 

Pode existir na Ressonância também sinais de Esclerose Óssea, Líquido Sinovial banhando o fragmento, destaque do Fragmento gerando um defeito cartilaginoso que demanda tratamento para que não cresça um adulto com problemas de cartilagem. 

O tratamento está baseado na malignidade ou benignidade da Osteocondrite Dissecante. Um adolescente num estágio inicial com características benignas o tratamento envolve: 

  • Repouso Relativo 
  • Redução do Volume de Treino 
  • Aumento do trabalho de fortalecimento 
  • Encaminhamento para a Fisioterapia 
  • Muleta para diminuir o impacto no joelho, se bastante dor 

Ao avaliar se está tendo melhora, devagar, com o treinador é possível liberar para voltar ao volume de treino inicial. A liberação é feita após controle clínico e radiográfico. O ideal é que a cada 2 meses, repita o exame de imagem para conferir se aquele fragmento não está se soltando. Ao avaliar uma evolução benigna, a recolocação no esporte é feita de maneira gradual e plena. 

Quando existem sinais de soltura, mas que ainda não soltou, podemos fazer uma fixação do fragmento. Os darmos bi absorvíveis são uma espécie de flecha em que colocamos o fragmento no local certo e fixamos e garantimos que ele fique preso ao osso. 

Nos casos que infelizmente há soltura, porosidade e não há viabilidade para conseguir fixar, existem técnicas regenerativas de cartilagem. Existe a Bio membrana, uma membrana de colágeno, em que a colocamos exatamente no tamanho do fragmento feito e colamos com a cola de fibrina. Quando disponível, apesar de um pouco controverso por estar no início dos estudos, podemos fazer o Aspirado de Medula Óssea rico em células tronco tirado da bacia ou até do osso central da tíbia para estimular o crescimento ósseo e teoricamente diferenciar aquele tecido em uma cartilagem de melhor qualidade. 

O pós-operatório é acompanhado e demanda reabilitação com fisioterapia junto aos exames de imagem. De 6 a 8 meses, quando vemos que o tratamento cirúrgico foi eficaz, há o início do trabalho de transição e retorno ao esporte. 

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