INTRODUÇÃO

Você já sentiu dor no joelho ao correr, especialmente se essa dor é persistente e intensa? Se você foi diagnosticado com condromalácia patelar grau 4, é provável que essa dúvida o preocupe: “Posso continuar correndo?”

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Neste artigo, exploraremos os desafios e as considerações que uma pessoa com condromalácia patelar grau 4 deve levar em conta antes de decidir continuar suas atividades de corrida.

Imagem 1: A corrida é um exercício de alto impacto para as articulações e deve ser prescrita e acompanhada por um profissional experiente na área da saúde em pacientes que correm

O QUE É CONDROMALÁCIA PATELAR?

A condromalácia patelar refere-se ao amolecimento e desgaste da cartilagem da patela (rótula). Essa condição é frequentemente associada à dor no joelho, dificuldade na realização de atividades diárias, enfraquecimento da musculatura da coxa e a uma sensação de instabilidade articulada.

Imagem 2: A condromalácia é o amolecimento da cartilagem atrás da patela que pode ou não estar relacionada com o envelhecimento.

PRINCIPAIS CAUSAS DA CONDROMALÁCIA PATELAR

  • Valgo dinâmico: É uma alteração que faz com que o joelho se desvie para dentro, principalmente durante a corrida ou outros movimentos. Também é conhecido como joelho em “X”. Esta condição é comum às mulheres devido a anatomia feminina.
  • Sobrecarga repetida: Atividades que desativam a pressão contínua sobre o joelho, como correr ou saltar.
  • Desalinhamento mecânico: Problemas posturais ou biomecânicos que afetam a distribuição de carga nas articulações, como por exemplo lateralização da patela.
  • Lesões anteriores: Traumas ou lesões que danificam a cartilagem ou os ligamentos ao redor do joelho.

Imagem 3: O valgo dinâmico, condição muito presente em mulheres, é uma das principais causas da condromalácia patelar.

GRAUS DA CONDROMALÁCIA PATELAR

A condromalácia patelar é classificada em quatro graus, de acordo com o nível de comprometimento da cartilagem da patela: 

  • Grau 1: A cartilagem está amolecida, mas sem fissuras. Pode haver dor e inchaço. 
  • Grau 2: Há fissuras superficiais na cartilagem, que atingem menos de 50% da espessura. 
  • Grau 3: Há fissuras profundas na cartilagem, que atingem mais de 50% da espessura. 
  • Grau 4: A cartilagem foi corroída, expondo o osso subcondral que a sustenta.

Imagem 4: A classificação do grau da perda de cartilagem leva o nome do autor Outerbridge. Ela é dividida em 04 graus, que podem ser identificados por exames de imagem, principalmente pela ressonância magnética.

Desta forma, o grau 4 ou mais severo é caracterizada por:

  • Desgaste Extremo: Cartilagem severamente danificada, apresentando áreas de osso exposto.
  • Dor Intensa: Dor constante, geralmente exacerbada por atividades que envolvem flexão do joelho, como correr, subir ou descer escadas.
  • Inchaço e Rigidez: A articulação pode ficar inchada e rígida, limitando o movimento.

CORRER COM CONDROMALÁCIA PATELAR GRAU 4: É SEGURO?

1. IMPACTO DA CORRIDA NAS ARTICULAÇÕES

Correr é uma atividade de alto impacto e pode levar a um aumento da carga nas articulações. Para alguém com condromalácia grau 4, essa carga pode se traduzir em dor intensa e agravamento da lesão. Aqui estão algumas considerações:

  • Amortecimento: Ao correr, a cartilagem lesionada não possui a mesma capacidade de amortecer impactos, resultando em maior desgaste ósseo.
  • Reação Inflamatória Crônica: A sobrecarga constange gerada pela corrida pode levar a uma reação inflamatória intensa incapaz de fazer com que a condição pare de evoluir.
  • Risco de Agravamento: A corrida pode agravar a condição, trazendo complicações adicionais, como a necessidade de intervenções cirúrgicas.

2. AVALIAÇÃO MÉDICA

Antes de decidir correr, é crucial passar por uma avaliação médica completa. Um ortopedista ou fisioterapeuta pode determinar:

  • A gravidade da condição: Avaliações de imagem, como tomografias computadorizadas ou ressonâncias magnéticas, podem ser possíveis para avaliar o grau da lesão.
  • Alternativas de atividade: O médico pode sugerir alternativas que não exijam impacto, como por exemplo o ciclismo ou caminhada em locais planos.

3. OPÇÕES DE TRATAMENTO

Se a corrida é uma parte importante de sua vida, considere as seguintes opções de tratamento para ajudá-lo a gerenciar a condromalácia patelar grau 4:

Tratamentos Conservadores

  • Fisioterapia: Programas de reabilitação podem ajudar a fortalecer os músculos ao redor do joelho, melhorando a estabilidade e a função.
  • Uso de órteses: Suportes para o joelho podem ajudar a estabilizar a articulação durante a corrida.

Tratamentos Intervencionistas

  • Infiltrações: O uso de ácido hialurônico de médio peso molecular ou corticosteróides pode ajudar a reduzir a dor e a inflamação.
  • Cirurgia: Em casos severos, pode ser necessário realizar procedimentos cirúrgicos para reparar ou remover cartilagem danificada e substituí-la por uma prótese.

ALTERNATIVAS PARA CONTINUAR ATIVO

Se a corrida não for uma opção viável neste momento, considere alternativas de exercícios que tragam benefícios cardiovasculares e de fortalecimento sem o mesmo impacto nas articulações:

  • Natação: Um excelente exercício de baixo impacto que permite o fortalecimento muscular.
  • Ciclismo: O ciclismo pode ser uma alternativa viável, dependendo do nível de dor e desconforto.
  • Treinamento de força: Focar em exercícios que fortalecem a musculatura ao redor do joelho pode ajudar a estabilizar as articulações.

1. MANUTENÇÃO E PREVENÇÃO

A manutenção da saúde do joelho e a prevenção de lesões adicionais são fundamentais para quem vive com condromalácia patelar grau 4. Aqui estão algumas estratégias úteis:

A. Fortalecimento Muscular

Um programa de fortalecimento muscular focado pode ajudar a estabilizar a articulação do joelho e reduzir a dor:

  • Exercícios para o Quadríceps: Fortalecer o quadríceps ajuda a suportar a patela e a melhorar a função do joelho.
    • Exemplo: Agachamentos parciais e extensões de pernas.
  • Exercícios para os Isquiotibiais: O fortalecimento dos músculos que estão na parte de trás da coxa pode contribuir para o equilíbrio muscular.
    • Exemplo: Flexões de joelho e levantamento de quadril.
  • Músculos do Core: Um core forte ajuda a melhorar a estabilidade geral do corpo e a postura durante atividades físicas.
    • Exemplo: Pranchas e exercícios de rotação do tronco.

B. Alongamento Regular

A flexibilidade desempenha um papel importante na saúde articular. Realizar alongamentos antes e depois dos exercícios pode ajudar a reduzir a dor:

  • Alongamentos dos Quadríceps: Aumentam a flexibilidade na parte frontal da coxa.
  • Alongamentos dos Isquiotibiais: Importantes para a parte posterior da coxa e flexibilidade do joelho.

Imagem 5: Músculos do quadríceps. O fortalecimento do músculo vasto medial vai ajudar a estabilizar a patela lateralizada.

Imagem 6: Músculos isquiotibiais.

2. ADAPTAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA

A adaptação das atividades físicas do dia a dia pode ser uma abordagem eficaz para evitar a dor e garantir que você permaneça ativo:

  • Evite superfícies duras: Correr em superfícies mais macias, como trilhas ou grama, pode reduzir o impacto no joelho.
  • Use calçados protetores: Tênis esportivos que oferecem suporte adequado podem ajudar a absorver impactos.
  • Divida sua corrida: Em vez de longas distâncias, faça treinos curtos e frequentes, dando tempo ao seu joelho para se recuperar entre as sessões.

3. ACOMPANHAMENTO MÉDICO CONTÍNUO

É essencial manter um relacionamento próximo com os profissionais de saúde. As consultas regulares ajudam a monitorar a condição e os ajustes para fazer no tratamento ou na rotina de exercícios conforme necessário.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Correr com condromalácia patelar grau 4 pode ser arriscado e é fundamental levar em conta o estado atual do joelho antes de decidir sobre a prática de corrida. Ao seguir as diretrizes mencionadas e priorizar a saúde de sua articulação, você pode fazer melhores escolhas para não agravar sua condição.

CONCLUSÃO

Ter condromalácia patelar grau 4 não significa que você deva desistir da atividade física, mas é crucial adotar uma abordagem cautelosa e fundamentada. Consultar especialistas, engajar-se em programas de fortalecimento, e adaptar suas atividades é essencial para gerenciar a dor e a integridade articular. Se a corrida é uma paixão sua, considere alternativas e mantenha um diálogo aberto com os profissionais de saúde.

Se você se interessou por esse conteúdo e quer entender mais sobre o assunto, acompanhe também o vídeo “Condropatia Grau 4 – O Que Acontece Se Não Tratar?”: https://www.youtube.com/watch?v=egaJAHfOzCo e “Condromalácia na Corrida de Rua”: https://www.youtube.com/watch?v=V4jrQflR-Rk&t=6s.

REFERÊNCIAS

LEONARDI, Adriano. “Grau da Condropatia: Quais São as Diferenças dos Sintomas e Tratamentos?” Disponível em: https://adrianoleonardi.com.br/artigos/graus-da-condrop.

LEONARDI, Adriano. “Condropatia Patelar Grau 4: Diagnóstico e Tratamento.” Disponível em: adrianoleonardi.com.br/artigos/condropatia-patelar-grau-4-diagnostico-e-tratamento/.

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