As lesões condrais envolvem diferentes tipos de desgaste de cartilagem, em diferentes regiões do corpo. Porém, regiões como joelho, quadril, coluna e outros, tem uma maior incidência destas lesões condrais. As lesões condrais, como a condromalácia patelar, atingem um grande número de pessoas no mundo todo.
Lesões condrais no joelho (Desgaste de cartilagem do joelho) tem cura?
CONDROPATIA GRAU 1, 2, 3 E 4: sintomas e tratamento:
As condropatias ainda são um desafio na medicina devido as características do tecido cartilaginoso de possuírem baixa capacidade de se reconstruírem após lesionar.
Os compartimentos do joelho são cobertos pela Cartilagem Articular Hialina e tem como função proteger o osso subcondral (o osso abaixo da cartilagem) e permitir o deslizamento das estruturas do joelho de forma que absorva o impacto e não haja atrito.
Sendo assim, as lesões condrais são provocadas pelo desgaste dessa cartilagem articular e pode ser em resposta aos estímulos metabólicos, genéticos, vasculares ou traumáticos.
Para classificar a lesão condral é preciso investigar a extensão de cartilagem que foi afetada que podem ir desde uma microlesão até lesões que afetam não só a cartilagem, mas também o osso abaixo, as chamadas osteocondroses.
Classificação das Lesões Condrais
Podem ser divididos em dois grupos:
1 – Quando a lesão acontece de forma parcial, afetando só a cartilagem.
2 – Quando os defeitos de espessura são ditos como total – quando a lesão chega até o osso – e podem ser definidas em 4 graus:
Grau I: inchaço e amolecimento da cartilagem
Grau II: fragmentação e fissura em uma área de meia polegada na cartilagem (1,5 cm)
Grau III: progressão da lesão na cartilagem maior que 1,5 cm
Grau IV: lesão afeta toda a espessura da cartilagem, com exposição do osso abaixo
Incidência de casos na população de lesões condrais no joelho
A cartilagem é um tecido não vascularizado e não inervado, então quando ele é lesionado, não há dor. A dor aparece quando afeta o osso. Por isso é difícil diagnosticar a lesão condral.
Estudos mostraram que em 41% dos pacientes com o diagnóstico de lesão condral encontradas no exame de Artroscopia já possuíam lesão grau III e 19,2% possuíam a lesão de Grau IV. 72% dos casos são encontrados em pessoas com mais de 40 anos.
Como o médico faz o diagnóstico das lesões condrais no joelho?
No consultório, ao conversar com o paciente as queixas mais relatadas para a lesão condral são:
– Dor no joelho
– Inchaço
– Joelho travado
– Crepitação (barulho rangendo quando movimenta)
Quais exames podem ajudar no diagnóstico das lesões de cartilagem no joelho?
O Raio-X é importante para descartar outras lesões no osso e direcionar o diagnóstico para uma possível lesão condral.
A Tomografia Computadorizada com aplicação de contraste na articulação também descarta outras causas e pode identificar onde está a lesão na cartilagem. Mas para confirmar a lesão, a Ressonância Magnética é considerada um exame melhor para esse caso pois possui técnicas específicas para visualização de tecidos moles exatamente como a cartilagem.
Agora que explicamos um pouco sobre as lesões condrais, vamos para o tratamento!
Quando existe uma lesão no joelho, dependendo da gravidade e da extensão, a primeira proposta é que seja um tratamento conservador, não invasivo, na tentativa de melhorar a qualidade de vida e postergar a necessidade de uma cirurgia maior.
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A fisioterapia é um grande aliado para fazer exercícios que busquem manter a amplitude do movimento do joelho, além de nutrir a cartilagem e fortalecer o membro afetado. A perda de peso do paciente, caso indicado, é bastante válido para diminuir o impacto nas articulações e piorar o quadro.
Os medicamentos possuem como objetivo aliviar os sintomas de dor do paciente e para isso são usados os anti-inflamatórios e analgésicos.
Tratamento cirúrgico das lesões condrais no Joelho
A escolha do tratamento cirúrgico depende de:
Avaliação da lesão para identificar a extensão, profundidade, tamanho por meio da artroscopia
Idade, peso, histórico de atividades físicas prévias
Algumas técnicas podem ser feitas pela artroscopia em que por pequenos furos, é possível ter acesso à parte interna do joelho não sendo necessário uma abertura completa do membro.
Técnicas de Reparo
1- DESBRIDAMENTO, o que é isso?
Desbridamento consiste em fazer uma retirada de tecido do joelho que está acometido para que haja um infiltrado sangrante e esse poderá formar um reparo de fibrocartilagem para substituir. Através da artroscopia usa-se microdebridador, eletrocautérios, laser ou técnicas de radiofrequência para realizar a cirurgia.
2- Radiofrequência para reparo de lesões condrais no Joelho.
A radiofrequência se tornou uma técnica muito utilizada para tratar lesões condrais parciais, e consiste em uma espécie de energia térmica que retira tecidos não saudáveis.
Nos últimos anos, foram criados dispositivos para aplicação de radiofrequência com indicador de temperatura para monitorar e não lesionar mais a cartilagem.
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A técnica deve ser usada com cautela pois a temperatura limite é de 50°C para que não lesione as células da cartilagem. Com o uso correto e obedecendo aos limites, a técnica se mostrou com muitos benefícios aos pacientes.
3- Abrasão:
Estimulação do osso abaixo por um desbridamento mecânico da lesão. Essa estimulação pode liberar células da medula óssea para formar um novo tecido. Então é uma tentativa de estimular o osso a cicatrizar e formar um tecido que cubra a falha na cartilagem.
4- Perfuração:
Consiste em fazer furos cilíndricos na placa abaixo da cartilagem para a formação de uma fibrocartilagem. Os furos são de aproximadamente 2,0 – 2,5mm através de um fio. A técnica é semelhante à abrasão.
5- Microfatura:
A estimulação do osso será com uma ponta em forma de cone pontiagudo.
Em casos de microlesão, primeiro faz uma raspagem no local que está com o defeito deixando um espaço de 3 a 5mm entre os furos. Nessa técnica a perfuração é de 3mm.
Reconstruções por transplante – Substituição
6- Mosaicoplastia:
É o transplante do osso e cartilagem do próprio corpo para ele mesmo. COMO ASSIM?
Com um enxerto vindo de outra área do joelho que não será prejudicada, é possível colocar para preencher o local da lesão condral inicial. A técnica é usada para lesões de 1 a 4cm². É necessária uma boa geometria entre a área do procedimento para receber o enxerto e a área doadora que chegará.
7- Transplantes alogênicos
São transplantes que o enxerto é proveniente de algum banco de tecidos ou por células de cadáveres cultivadas em laboratórios. Permite que lesões maiores possam ser enxertadas. A desvantagem é a possibilidade de incompatibilidade entre o receptor e doador além da inviabilidade do tecido com o tempo até ser retirado e ser enxertado.
8- Implantação de condrócitos- As células que se desenvolvem até formarem a cartilagem
Os condrócitos do próprio paciente serão retirados e enviados para o laboratório para se desenvolverem e após o crescimento, implantados no joelho lesionado. Aqui, pode usar uma parte do periósteo (membrana que reveste os ossos) para melhor fixação do enxerto por sutura das estruturas ou não.
9- Uso de células tronco- Células da medula óssea
A cartilagem não tem a capacidade de se regenerar, de crescer novamente quando desgastada. Ao aplicar células que ainda vão ser especializadas, ali, elas poderão formar novos tecidos de cartilagem e suprir o buraco que está formado.
10- Cartilagem picada:
O princípio do uso da cartilagem picada é pegar fragmentos de hialina através da reparação das lesões condrais de uma área que não será prejudicada. Uma pequena quantidade de cartilagem picada cria condrócitos suficientes para tratar defeitos relativamente grandes.
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Portanto, quando suspeitar ou quando receber o diagnóstico de uma lesão de cartilagem, não se desespere! Vimos que existem diversas opções de tratamento para melhorar os sintomas, dar maior saúde e sobrevida aos joelhos.
Neste vídeo do meu canal, falei mais sobre este tema: