A tendinite do polo inferior da patela, também conhecida como tendinite do joelho de saltador na língua inglesa, é uma lesão comum entre atletas e esportistas. Principalmente em esportes que exijam desaceleração como a corrida, tênis, futebol, vôlei a handebol. Ela é uma das variações de tendinite patelar que podem existir. 

No geral, as dores são localizadas na transição osteoligamentar entre a patela e o ligamento patelar. Ou ainda, entre o terço médio deste mesmo ligamento e a sua inserção na tuberosidade tibial.

Ocorre como resultado de cargas de tensão contínuas, aplicadas diretamente no ligamento patelar, em movimentos de flexo-extensão, que ocorrem durante o impulso e aterrissagem do movimento.

Estes movimentos repetitivos, podem causar alterações inflamatórias no peritendão (peritendinites) ou degenerativas (tendinose).

Fatores biomecânicos, como picos de tensão durante o movimento de impulsão ou de aterrissagem, ângulos anômalos de flexão do joelho, valgo dinâmico e outros, são os mais comuns.

 

tendinite de joelho de saltador (aparelho extensor do joelho)

 

Há ainda os fatores de risco anatômicos para a tendinite do aparelho extensor do joelho:

– Retração dos isquiotibiais;
Patela alta;
– Patela “bicuda”;
– Desalinhamento do aparelho extensor do joelho.

Sintomas da tendinite do aparelho extensor do joelho (joelho de saltador)

De forma geral, o joelho de saltador gera uma dor na parte inferior da patela, de forma insidiosa. Seu início pode se dar logo após os movimentos de extensão de joelho, contra uma resistência, ou então, em uma aterrissagem no solo, na sua fase excêntrica.

 

Leia também: Tendinite patelar no joelho: fatores que aumentam o risco

 

Assim como em qualquer tendinite, a dor da tendinite patelar do joelho do saltador vem após a atividade física. Em geral, consegue-se jogar bola, correr e treinar sem dor, no popular “sangue quente”. Quando o corpo “esfria”, a dor aparece e permanece nos dias seguintes, causando desconforto ao subir escadas, agachar, dirigir, etc.

Qual o estágio da minha tendinite de joelho de saltador?

Na tendinite do joelho de saltador, temos 3 estágios bem definidos:

Estágio 1. Leve dor, logo após a prática de esportes e sem limitações funcionais. A dor logo “some”.

Estágio 2. Dor moderada, durante e após a prática de exercícios. Há limitação leve nos movimentos e na funcionalidade, mas o desempenho se mantém em níveis satisfatórios.

Estágio 3. Dor intensa e prolongada, durante e após a prática esportiva. Neste caso, há uma incapacidade progressiva, que vai limitando as atividades diárias e esportivas.

Estágio 4: Ruptura do tendão patelar

Tratamento da tendinite do joelho de saltador

O tratamento da tendinite do aparelho extensor do joelho, envolve um diagnóstico muito claro e análise dos fatores que geraram tal problema. Não adianta muito tentar sem saber a causa. O mais provável nestes casos, é que a dor e a incapacidade retornem.

Tendo um diagnóstico claro e uma análise das causas, é possível utilizar diferentes abordagens.

Estágio da tendinite, grau da ruptura, idade e nível de atividade física devem ser levados em consideração no algoritmo do tratamento.

Devido ao altíssimo índice de recidiva em pessoas muito ativas, pessoalmente, costumo indicar tratamento cirúrgico como a remoção do bico da patela, da retirada da área necrótica e de estímulos orto-biológicos na regeneração do tendão para que haja cura e remissão de sintomas.

 

Formas de tratar a tendinite de joelho de saltador

O tratamento pode ser feito por vídeo artroscopia em estágios iniciais e de maneira aberta em estágios avançados.

Quando o procedimento é bem executado e o paciente bem reabilitado, o índice de recidivas é próximo de zero.

Métodos da reabilitação como crioterapia, iontoforese (associação de medicamentos com a corrente terapêutica), TENS, EPI, laser, luz pulsada e outros, podem ser utilizados com a doença em estágios iniciais, especialmente em pacientes pouco ativos. Aqui, cabe ao fisioterapeuta, estabelecer o tratamento.

Além disso, inicia-se um trabalho de mobilidade e flexibilidade, para a redução da pressão no tendão patelar. Métodos de reequilíbrio postural e muscular, são amplamente usados, bem como a melhora da propriocepção.

Além disso, há um outro fator muito importante a ser trabalhado na fisioterapia: a força excêntrica. No geral, quem tem joelho de saltador, apresenta déficits em sua capacidade de “frear” os movimentos (seja por falta de força ou por uso excessivo).

Neste caso, é fundamental que estes pacientes/atletas, tenham um fortalecimento constante de forças excêntricas, para que haja uma redução das forças que agem sobre o tendão patelar.

Neste caso, tanto na fisioterapia, quanto no treinamento em si, é fundamental um trabalho eficiente e contínuo, de aumento de força excêntrica.

 

Além disso, uma periodização bem montada, que permita que os músculos e tendões se recuperem, evitando desgastes que podem gerar a tendinite do aparelho extensor do joelho.

 

Aprofundei mais este tema, neste vídeo sobre tendinite patelar:

 

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