A doença cartilaginosa é um problema que acontece na cartilagem, um tecido composto por 4 camadas que reveste a superfície dos nossos ossos, absorve energia cinética e o impacto dos movimentos nos joelhos. É uma lesão bastante frequente na população e que traz muita dúvida. O estágio final da doença cartilaginosa conhecido na Medicina como Condropatia Grau 4.


Esse texto vai abordar o diagnóstico, as formas de tratamento e o que acontece se não for tratada de maneira correta, o que pode acontecer com esse joelho.

CONDROPATIA GRAU 4

 

Os estágios finais de uma má evolução da condropatia.

A cartilagem é um tecido altamente especializado de 4 camadas que reveste as superfícies dos nossos ossos.  Absorve energia cinética como por exemplo ao pular e a aterrissar, ela distribui de maneira homogênea o todo impacto de uma pancada no tornozelo, no quadril no joelho. Dissipa a energia e transmite de maneira totalmente homogênea. 

O termo condropatia ou doença da cartilagem pode ocorrer de uma maneira aguda como por exemplo uma entorse que é um traumatismo, uma luxação da patela ou para o micro traumas de repetição. A forma mais clássica disso é a chamada condromalácia.

A condromalácia era uma doença da cartilagem da patela que acontece por distúrbios biomecânicos. Isso quer dizer que é da forma de como você se locomove. 

Sabe-se que a fraqueza do quadril faz com que o joelho trabalhe maneira anormal, rode para dentro e faz com que o movimento fique de “valgo dinâmico” e a longo prazo essa cartilagem sofrendo. 

O desfecho da lesão é acabar fragmentando e gerar a lesão cartilaginosa. 

 

Graus de condropatias

 

A Sociedade Internacional de Estudo da Cartilagem distribui a lesão cartilaginosa em 4 graus.  Como a cartilagem possui quatro camadas a cada camada lesionada há a evolução da lesão.

Quando chega no estágio IV há perda total da cartilagem e osso fica próximo ao outro osso da articulação. A dor acontece ao subir, descer escadas, pode agravar ao repouso e além da dor, também há inchaço o que é chamado de sinovite artrítica ou derrame articular ou água no joelho de maneira Popular.

Há uma atrofia muscular muito grande. A dor faz que musculatura do quadríceps, a musculatura da coxa perca volume. 

Como é feito o diagnóstico da condropatia grau IV? 

Uma avaliação clínica é a base para um diagnóstico definitivo. Durante a avaliação, será descrita a história do início dos sintomas ou o mecanismo da lesão. Padrões de sintomas e histórico médico disponível. Os profissionais vão querer entender o nível de atividade da pessoa e se houve mudanças no exercício ou na rotina que possam ter contribuído para o desenvolvimento da doença, força muscular, biomecânica e testes específicos para determinar se os sintomas podem ser reproduzidos. Os exames de imagem também são muito importantes para mensurar.

É muito importante que o radiologista mensure o tamanho da lesão ara poder passar por médico assistente o tamanho exato em centímetros ou milímetros quadrados e consiga programar um tratamento conservador ou seja, sem cirurgia ou um tratamento cirúrgico. 

Além da Ressonância Magnética alguns exames como por exemplo a tomografia computadorizada, a Radiografia panorâmica para medir aonde está passando o peso da pessoa e para saber se tem algum distúrbio anatômico que possa estar levando aquela condropatia e se há necessidade de associar ou não algum tratamento adicional. 

CONDROPATIA GRAU 4

 

Como que é feito o tratamento de uma condropatia grau 4?

O tratamento vai depender de diversos fatores como o sexo, idade e nível de atividade física como essa condropatia apareceu. Se veio a partir de uma condromalácia malconduzida ou de uma entorse de joelho e principalmente do tamanho da lesão.

É muito importante ver os tratamentos que já foram realizados antes. Se já foi realizado fisioterapia ou alguma medicação.

O nosso primeiro passo no primeiro estágio, principalmente em lesões pequenas iniciais em pacientes que nunca trataram alguma terapia regenerativa local. Nesses casos, o carro-chefe é chamado infiltração com ácido hialuronico ou viscossuplementação. 

Ele tem o poder pequeno mas existe um poder de regeneração tecidual sobre a cartilagem de redução de morte de célula cartilaginosa e toda aplicação de ácido hialurônico deve se associaram algum protocolo de reabilitação bem feio. 

A partir do momento paciente começa a melhorar as dores é importante o fisioterapeuta fazer uma reativação da musculatura, melhorar a qualidade do movimento para depois poder fazer uma transição e recolocar o paciente no esporte. 

Ao estar diante de lesões crônicas muito grandes já com muito derrame articular em paciente que, por exemplo, sofreram uma luxação, romperam um ligamento, lesionaram o menisco e acabaram também lesionando a cartilagem é possível que o tratamento cirúrgico já seja indicado logo. 

  • Para lesões pequenas: 1cm² ou 1,2cm² existe uma modalidade de tratamento chamada de Transplante Cartilaginoso e a técnica mais conhecida e usada no mundo é chamada de Mosaicoplastia. Faz uma retirada de um plug de cartilagem e coloca naquele local que está com o defeito de cartilagem grau IV. 
  • Lesões acima de 1,5cm²: existem técnicas regenerativas. 

Pacientes acima de 55 anos de idade ou com baixo poder regenerativo, a técnica clássica chamada de Microfratura pode ser indicada. É feita por vídeo, faz-se furos no osso subjacente com o objetivo que a medula óssea e as células troncos saiam e forme um tecido muito semelhante à cartilagem original, um tecido fibrocartilaginoso. 

Em pacientes com um poder de regeneração maior, a técnica de Membrana de Colágeno induz a formação de um tecido cartilaginoso muito semelhante ao original. 

Independente da técnica utilizada, o paciente submetido à cirurgia por uma lesão cartilaginosa precisará de um período de reabilitação adequado e passará por um tempo de recuperação mais lento do que em outros quadros. 

O que acontece se eu não operar a condropatia grau IV? 

Uma erosão cartilaginosa, principalmente se for focal, vai progredir ao longo do tempo por dois motivos:

1 – O próprio desgaste de uma lesão em um joelho que é movimentado. Assim como um buraco no asfalto, uma lesão cartilaginosa vai progredindo pela movimentação no local. 

2 – O envelhecimento. 

A capacidade regenerativa vai diminuindo. Acelera o desgaste cartilaginoso, fica cada vez mais rígido e pode chegar à um estágio que só a prótese total resolva. 

Algumas dicas: 

O diagnóstico não é baseado em laudo de exame. É importante ter bom senso no diagnóstico e avaliar cada caso com base na história do paciente, exame físico comparando com o outro joelho, avaliação biomecânica analisando como o joelho se comporta com uma movimentação mais vigorosa, como por exemplo ao saltar, além do exame de imagem. 

O acompanhamento deve ser bem feito, com bons exames, bons médicos que sejam atualizados e bons protocolos de fisioterapia.

Eu falei mais sobre este tema, neste vídeo do meu canal no YouTube:

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