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As lesões do ligamento colateral medial (LCM) do joelho são lesões muito comuns relacionadas a esportes de contato como o futebol, rugby, judô, futsal e basquete. De todas as lesões ligamentares que o joelho pode sofrer, o LCM é o ligamento do joelho mais comumente lesado.
+ Lesão do Ligamento Colateral Medial
Conforme a figura abaixo, o ligamento colateral medial (LCM) divide-se em três camadas distintas. A primeira camada é a chamada fáscia profunda, que consiste na fáscia do sartório anteriormente e uma fina camada posteriormente. A fina fáscia posterior cobre a fossa poplítea e as cabeças do músculo gastrocnêmio.
A segunda camada é conhecida como ligamento colateral medial superficial ou ligamento colateral tibial. Este ligamento nasce no epicôndilo femoral medial e se insere na tíbia distal, aproximadamente 4-5 cm abaixo da linha articular.
A terceira camada é a cápsula articular do joelho. A cápsula é dividida em terços de anterior para posterior. O terço anterior da cápsula é a porção mais fina. Está ligado ao corno anterior do menisco medial e é reforçado pelo retináculo medial. O terço médio da cápsula consiste no ligamento colateral medial profundo. Está firmemente preso ao corpo médio do menisco medial. Proximal ao implante meniscal, é denominado ligamento meniscofemoral. O terço posterior da cápsula inclui o ligamento oblíquo posterior (LPO) e o ligamento poplíteo oblíquo.
O ligamento colateral medial (LCM) possui diversas funções, sendo a principal delas o que chamamos de estabilidade em valgo. Valgo é o nome dado ao movimento onde temos uma torção do joelho, direcionada para dentro (medialmente). Além disso, o ligamento colateral medial também estabiliza e “segura” o movimento de rotação externa da tíbia, em relação ao fêmur. Em termos mais gerais e sem tantos jargões, o ligamento colateral medial é aquele que “segura” o joelho para que ele não seja torcido em excesso para a parte de dentro da perna.
Outra função importante é a de auxiliar o ligamento cruzado anterior, principalmente quando o joelho se encontra esticado.
Na lesão do ligamento colateral medial (LCM), o ligamento cruzado anterior (LCA) é lesado em aproximadamente 20% das lesões grau 1 e em até 78% das lesões grau 3. O menisco medial é lesado 5-25% do tempo; a incidência aumenta com a gravidade da lesão do ligamento colateral medial. O ligamento cruzado posterior (LCP) pode ser lesado, mas nenhuma incidência foi relatada.
O ligamento colateral é lesionado em diferentes mecanismos. Os 3 principais são:
– Trauma contuso no joelho ou entorses (geralmente quando o pé fica “preso”), que geram um quadro de valgo acentuado. Neste caso, podemos ter tanto rupturas parciais, quanto totais. O exemplo clássico é aquela entrada que o jogador de futebol recebe na parte externa do joelho, forçando a abertura da região interna.
– Mecanismos externos, que ocorrem quando temos uma combinação de estresse constante em valgo, geralmente associado a uma força de rotação externa.
– Estresse constante em valgo, com cargas. Por exemplo, uma pessoa que realiza muitos exercícios com salto e tem uma presença constante de valgo. O mesmo pode ocorrer com praticantes de esportes cíclicos, como a corrida, com valgo.
Os sintomas mais comuns na lesão de ligamento colateral medial são:
Independente da gravidade dos sintomas, quando a lesão do LCM não é bem diagnosticada e tratada, eles podem persistir por muito tempo, gerando incapacitação plena ao esporte e para atividades do dia a dia.
Nas lesões de ligamento colateral medial grau 1, temos apenas um estiramento, que na maioria das vezes, é causado por entorse.
Neste caso, a lesão é incompleta e não afeta a parte estrutural do ligamento. A recuperação é rápida (entre 2 e 4 semanas) e não afeta a parte estrutural do ligamento. Felizmente, é a mais comum delas.
Nas lesões de ligamento colateral grau 2, temos uma ruptura parcial do ligamento. Ou seja, apenas algumas fibras dele se rompem. Neste caso, é comum do paciente sentir algum grau de instabilidade na articulação e dores. No geral, estas lesões levam de 4 a 8 semanas para cicatrizar e não tem necessidade de cirurgia.
No grau 3, temos o rompimento total do ligamento colateral medial. Neste caso, temos uma enorme instabilidade na região de dentro (medial) da articulação, com limitação dos movimentos. Quando temos uma lesão de grau 3 no ligamento colateral medial, a estrutura do joelho como um todo, acaba ficando comprometida, gerando incapacidade para determinados movimentos e gestos esportivos. No futebol, por exemplo, o toque de bola de “chapa do pé” fica comprometido. O jogador sente que o joelho “abre” durante o esporte.
Há casos onde não há necessidade de cirurgia, mas eles são incomuns. No geral, o tratamento passa por uma abordagem cirúrgica e o tempo de recuperação varia de 8 a 12 semanas.